Jogos intensos…

Jogos intensos…

Quiseste escrever o prefácio poético das minhas histórias eróticas, tinhas a ânsia de seres a imperiosa e proporcionares-me surpresas com falinhas mansas.
Descalço até à alma, algemas-me no cadeirão, acendes as luzernas com labaredas do glamour, que numa simbiose encenando o lago dos cisnes, ultrapassaram a barreiro do amor pela taradice. Sempre tive um espírito aventureiro, mas interpretando o papel de cowboy insolente e nunca o ator de zombie prisioneiro.
Amarrado, com a tensão elevadíssima, saís, deixas a porta entreaberta e fico com sensações enigmáticas pela demora amorosa. Acho que pretendes triturar-me ou quiçá, bater ovos mexidos no cérebro com uma varinha mágica, ou fazer de mim um paciente impaciente armado em super-homem.
O perfume hipnotizante espalha-se pelo ar, os tacões das botas soam cada vez mais perto do quarto e surges seminua, apenas com uma cueca rendada preta.
Não são jogadas de cartas, o baralho apenas serve para usares os quatro ases, que na tua posse, fazem de ti a dominadora deste desafio engendrado pela tua fogosa impetuosidade.
Num bailado próprio de exorcistas para expulsar demónios, os teus gestos obscenos são simulações de incitação ao sexo explicito. Com carícias pelo corpo e de rabo aberto a castigares as nádegas com estrondosas palmadas, tudo são gatilhos para libertar libidos da fonte das luxúrias.
Irrequieto, com a eletricidade estática apoderar-se de mim, sinto um calor medonho, fazendo da minha pele queimada uma área ardida e em que a intensidade das ereções são verdadeiros choques elétricos.
Estás possuída pelos desejos, com a boca a babar prazeres e queres reescrever a bíblia com palavrões picantes. Metes-me chocolate na boca e com ele a derreter, enfias-me a língua até ao dente do ciso num pandemónio de beijos melados.
Com os corpos suados, num alvoroço descontrolado, entre gemidos de vozes de trovão, suspiros e orgasmos mútuos, não posso descrever em palavras respeitosas as gloriosas batalhas ocorridas nestes jogos intensos.

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