Ampulheta do tempo...

Ampulheta do tempo...

Com a evolução humana somos brindados com invenções muitas das vezes imprevisíveis, obra do acaso, mas de muitos sacrifícios em prol da descoberta.
Existem inventos ou objetos magníficos, quer na forma, na utilidade ou até mesmo na sua interpretação.
Mas há coisas que acompanham sempre os inventos, o sonhador, o inventor e o utilizador.
Eu sonho, invento e reutilizo, mas sempre através das palavras, a forma como conjugo e junto as letras, mas sempre escrito na pureza da essência de dentro para fora.
Solto as amarras da razão para escrever com o coração, com entrega e paixão, por vezes romântico, outras perdido na sensualidade de visões perto do abismo equilibrado do erotismo.
Gosto de tocar fundo na tua sensibilidade, quebrar barreiras ou tabus, arrebatar teus arrepios, mas sempre embriagado pelo espírito do desejo carnal.
Poder ver e sentir tua beleza feminina, no mais ínfimo pormenor dos teus gestos corporais, das tuas linhas torneadas, desse sorriso pintado à mão, até à tua geometria física que faz estremecer o meu epicentro do desejo, o hipotálamo. 
Dos pés à cabeça, de baixo a cima ou de cima a baixo, podemos formar um puzzle, que por muitos recortes ou peças que tenhas, a vontade é sempre em te conquistar.
A ampulheta ora se vira e revira, o tempo nos dirá, e tu serás libertada apenas no momento da entrega, pedaço por pedaço, como se fosses grãos de areia doce.
Podes estar virada para um lado ou para o outro, mas teu corpo junto ao meu, será sempre o embrião de um só.
Formados por dois corpos, duas almas, dois desejos, dois sonhos, mesmo distintos, imaginários e diferenciados no tempo, se reinventarão sempre em orgasmos incessantes nos tempos longínquos sem fim.

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