Estás cansada de fingir clímax’s, exausta de seres tocada na intimidade apenas por ti própria e precisas de ganhar coragem de perder o medo. O tempo passa, estás em baixo, vives numa gaiola invisível, com o coração partido e a vida tem-se tornado amorfa. Sentes-te prisioneira das sensações formigantes, escrava dos maldizeres dos outros e precisas de agitar o metabolismo com conversas ousadas e desafiantes.

Sabes que os homens almejam despir-te, mas tu desejas é denudar a alma, mesmo ciente que tenhas de atrever-te à recriação através do corpo desnudado.

Consciente que precisas de agitar o íntimo para fazer explodir a lava que sufoca o peito, comes o fruto proibido da excitação e bebes o champanhe produzido das castas da obscenidade.

Ainda pensas nos machos calhordas, que não te merecem, apenas pretendem tocar-te o corpo, mas é comigo que idealizas seres venerada e entranhada.

Desenvolves a criação dum perfume, com ingredientes de malícia, borrifas o corpo com ele e sais da solidão com asas da irreverência.    

Decidida, despes a roupa da santidade, fantasias-te com os trajes da indecência, pintas os lábios de vermelho intenso e colocas uma máscara para seduzir o poeta.

És sonhadora, conheces e tens o poder da sedução e encontraste em mim os jogos eróticos para o gozo das libidos autênticas. O mistério de absorver as letras e fazer das palavras um “puzzle” de incêndios ardentes, fazem remexer-te as quimeras encardidas.

Sem medo das palavras, mas sim dos silêncios dos inocentes, libertas-te na busca de jubilações, aventura-te com a boca a vociferar luxúrias nas explosões do sémen desejado, deixas o clitóris ser consumido pelas labaredas enérgicas da minha língua e acabas por suplicar penetrações.

Sinto-te, não és um pedaço de carne, és uma Mulher com sentimentos e, portanto, solto-te das algemas do tempo, que amarraram persistentemente as carências afetuosas.

Fazes da cama o comboio para viajares numa montanha-russa de emoções, anseias os arrepios na epiderme a contrastar com o sangue quente a fervilhar nas veias, até libertares orgasmos infinitos.

Num chamamento divino, sussurras ao meu lado carnal as tuas confidências mais promíscuas e recriamos em cada sílaba que trocamos, loucuras sexuais ocultas no livro dos fétiches.

A velocidade nesta montanha-russa é alucinante, mas nesta locomoção, os melhores momentos estão para vir. Serão quando detonarmos os travões e guardarmos em nós as memórias dos segredos da exultação, atiçados pelas nossas provocações sexuadas.

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