Amor imortal...

Amor imortal...

Entre nós dois, apenas ficaram para trás no tempo as pegadas palmilhadas e para o futuro já não cabe mais nenhum segredo.
Não foi fácil, existiram muitas pedras no caminho impregnadas de amarguras e tormentosas frustrações, onde caímos várias vezes, mas a força do amor devolveu sempre uma saída para renovados furores palpitantes.
Hoje, são bem visíveis as marcas profundas da idade, estão espelhadas nos cabelos brancos enfraquecidos, nas epidermes encorricadas e na falta de destreza cinética corporal. As marcas do tempo, tatuadas na carne, evocam as lutas travadas e convertidas em gloriosas vitórias. No íntimo, os egos mantêm-se intactos, mais lentos de raciocínio, mas com a jovialidade de outrora, com espírito angelical e perdidos no fogo amoroso.
A arte de amar não tem idade, desde que a cortesia dos carinhos se mantenha cristalina, as fantasias se recriem e a essência das memórias depravadas se transfigurem diariamente.
Nesta osmose do enlace, mantemos a consciência convicta das juras de fidelidade eviterna e nos corações a luz brilha iluminando a felicidade.
Os abraços são os refúgios efusivos para reacender ósculos da paixão e os nossos olhares ainda transpiram sensações de entusiasmos. Nos instantes empolgantes, as ternuras devolvem à pele o calor ardente das areias do deserto e os corpos regozijam com emoções até arrepiarmos. Nesta idade a idolatria romântica, as carícias provocadoras, a sensibilidade da vida íntima, ainda tem o dom de conceber espontâneas audácias, até na sagacidade sexual.
Apaixonados, fazemos viagens fascinantes na privacidade, engrandecidas pela reciprocidade dos beijos, fazendo de cada momento, divinamente único e gracioso.
Nunca largamos as mãos, lutamos contraventos, sempre agarrados aos pequenos pormenores, como se eles fossem as boias da salvação do amor permanente.
Só assim o que parecia impossível à luz da razão, tem sido exequível.
Não somos um casal invulgar, onde todos se devam ver ao espelho, ou olhar-nos como humanos de relacionamentos ímpares, mas sim como uma bênção e um sinal de esperança para o amor imortal.

Respeita os diretios de amor.
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