Dança da alma...

Dança da alma...

No nada tentei buscar tudo.
No tudo somente achei o nada.
Momentos hipnotizantes.
Arrepiavam os pulos do coração.
Escutava a natureza.
E, ficava a respirar sentimentos.
Cheguei a ouvir o vento contar-me histórias.
Seriam devaneios acordado?
Confesso que não tomava comprimidos do regozijo.
Eram ecos que fluíam, como suspiros de fantasmas.
O sol aquecia o cronómetro dos prazeres da vida.
Os cheiros eram libidos mesclados numa lavandaria de ilusões.
Vivia na noite dentro das grutas do inferno.
Fazia delas esconderijos vazios.
Pensava que inalava o perfume das rosas.
Afinal eram suores dos pecados.
Pressentia barulhos estranhos.
Seriam elefantes a voar?
Talvez anjos inocentes com asas.
A música era o ar que respirava.
Carregava o piano nos ouvidos.
Soletrava pândegas até a voz ficar rouca.
A essência serpenteou o ego e tocou-me na simplicidade.
Seriam mordidelas cordiais de crocodilos a nadar num lago de loucos?
Não sei!
Apenas vislumbrava a nudez dos beijos no esqueleto.
O amor é sábio e a sabedoria é mestre.
Nunca fui pedagogo de coisa alguma.
Mas entrei nos trilhos para amar.
Na escuridão agarrei a luz.
No olhar perdido mergulhei no mar.
Nos vícios delirantes acatei as vozes do paraíso.
Transfigurado numa crisálida saí do casulo.
Enterrei os desesperos inúteis.
Abri as asas e voei como uma borboleta.
Tateei a cegueira e fiquei um visionário de sonhos.
A pandemia arrancou algumas penas.
Mas não cortou as asas.
Deixei-me vaguear no estrondo da felicidade.
Segui o alinhamento das estrelas.
E, abracei os sorrisos apaixonados.
A vida tem mistérios que enchem páginas em branco.
Comprei resmas de papel.
Montanhas de folhas onde escrevo paixões.
E, quando leio os novos capítulos, apenas grito.
Sinto o amor na dança da alma.

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