Cogitações de mim...

Cogitações de mim...

A vida é como um castelo de cartas, que demora uma eternidade a construir, mas que num ápice facilmente pode ruir. Por isso sempre fui um louco ponderado, onde abracei vários ensinamentos dos meus pais e que são até hoje fundamentais para ter uma vida digna e limpa.
Até posso um dia ter de morder a língua, aliás não devemos dizer: “dessa água não beberei”, até porque nas loucuras de adolescente transpus várias linhas vermelhas.
Hoje apetece-me ir buscar as asas guardadas, elas estão espelhadas no mar, o companheiro que me anima, que tem o dom de refletir as sombras do meu corpo.
Fui um catedrático noturno, onde as luzes intensas, ofuscavam as pistas de dança e distorciam a visão. Alguns, os “patos-bravos”, que gostavam de chafurdar no álcool e nas drogas, acabaram fundidos dos fusíveis e a maioria já não está entre nós.
Eu, sempre preferi o lado dos jogos de sedução, em que o trunfo não era a loucura das alucinações, mas os prazeres sexuais dos orgasmos.
Já não me lembro do meu choro de bebé, nem quero ouvir, o barulho distrai e, portanto, vamos fazer em coro chiuuuuu, para no silêncio podermos emanar novos romances.
Neste mundo de falsos santos, continuo a ser uma alma rebelde do amor, nunca gostei de pintar nada a preto e branco. Na minha vida nunca existiram borboletas negras, nem luzes fundidas, muito menos viúvas tristes e insatisfeitas.
Sou como um cubo mágico, difícil de decifrar, tenho em mim muitos labirintos que nem a minha pessoa os conhece na totalidade.
Os mistérios encardidos que carrego nas cicatrizes, estão cheios de bolor, mas que se transformam sempre em sementes de carinhos da paixão.
Para mim, foi sempre impossível pensar que não é possível sono sem sonhos, agora imagem quando estou acordado.
Verdade, que também me perdi, não na caça a gambozinos, mas nos desvarios da dança nas camas com várias cisnes encantadas em prazeres descontrolados.
O corpo sempre gostou de escrever indecências nas epidermes femininas e deixá-las anestesiadas pela felicidade, mas uma coisa sempre detestei, os impropérios badalhocos e indignos para a mulher.
Sou um livro aberto, com o registo criminal imaculado, um ser que ama partilhar a harmonia e quem sabe “ler” os olhares, os meus não precisam de legendas, eles falam pelo brilho do silêncio e espelham as palavras da alma.
Nunca senti desconforto com aquilo que fui, nem o que sou como ser humano e espero nunca defraudar a minha índole.
Quando sentir desconforto, já sei que é a alma a pedir mudanças e só as farei para ser ainda mais digno e verdadeiro, só assim as avaliações do juízo final serão das cogitações de mim…

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