Tudo parece irreal e fantasiado, mas quando solto o espírito nudista da consciência, sinto todo o jubilo deste admirável mundo, deste meu Planeta Azul.

Deitado no barquinho sem bússola no lago dos prazeres, respiro entusiasmos na mente de sentidos bem acordados e ouço a harmonia das melodias que vagueiam em meu redor. Tudo de um esplendor inexplicável por palavras, mas quantificáveis pela empatia cruzada dos sentidos apurados. Fico horas sem controlar os ponteiros do relógio, mas na observância da beleza dos cisnes que nos seus movimentos formam uma dança sincronizada entre eles.

Tem momentos que me sinto o príncipe deste lago encantado, um pensador sem limites nos sonhos de viver a intensidade na contemplação dos pensamentos.

As cumplicidades entre minha índole e os miradouros dos vários sonhos deste planeta, formam fusões ardentes, sensualidades arrasadoras e até furores desavergonhados, que escritos na memoria são novelas de encantar.

Nesta tranquilidade aprazível da minha produção de afetos constantes, por vezes trespasso as visões para o teu mundo. Sinto a expansão de fronteiras dentro de mim e penso na mulher como se fosse o ser do paraíso das paixões, a fonte que mata a sede das minhas inspirações, uma boutique de desejos. É em ti que penetro a mente, tu és o meu refúgio lírico, a mescla de sensibilidades sensuais e de sorrisos famintos como uma droga benéfica que faz disparar corações.

Mas sei que em teu mundo nem todas as mulheres são rainhas dos sonhos, algumas vivem em emoções de águas geladas, outras coradas de cabeça perdida pelos maltratos injustiçados ou até em becos estreitos de solidão. Nem todas tem aquilo que merecem, o mar de rosas de elogios e adorações como se fossem um corpo no presépio ou um fruto perfumado. É nessas que a minha alma é mordida pelo fascínio, essas que rastejam no sonho e nos desejos, mas que os sentem abortar em abismos de choros.

Reincarno no carteiro semeador de tabus abertos, em que o meu roteiro é escalar o vosso interior envelhecido e enfeitiça-lo sem mácula até às mais profundas entranhas. Quero sentir a vossa ressurreição nas embaixadoras e imperatrizes dos momentos de felicidade.

Em cada porta deixo a minha carta escrita pelos aromas das palavras com marcas em conformidade com tuas ânsias, teus sonhos e desejos. Ás que vivem na solidão dou uma mão de esperança que abre as portas aos jardins do prazer e àquelas que vivem na desilusão deixo a silhueta dos beijos dos meus lábios carregados de ilusões. Para as que julgam não ser possível sonhar e amar deixo meu coração aberto como símbolo despertador da vossa sagacidade e que vos transformará em monumentos de corações partidos de glamour. A vocês que julgam que o desejo tem limites, que receiam a aventura fatal nos moinhos do prazer do sexo, deixo meu corpo selvagem que nas ousadias mais indecorosas premiará o vosso com ruturas incessantes dos diques dos orgasmos.

Abram as cartas e todo o silencio cruel será desvanecido e sentirão vosso corpo a ser inaugurado pela inspiração da magia dos desejos e que matará sem pudor e de forma triunfal qualquer sofrimento.

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