Desconfinamos...

Desconfinamos...

A felicidade nos últimos tempos tem sido esmagada pelos martelos demolidores, parecemos uns zombies adormecidos com as almas despenteadas.
Temos vivido apenas das memórias, das saudades, dos arrepios escritas na pele e tatuadas na alma pelas emoções vivenciadas. Coisas do passado, parece que foi ontem, como o tempo voa, mas, mesmo assim, convives viva nos pensamentos, minuto a minuto. Sinais de que existes e permaneces como combustível para a chama da paixão.
Finalmente abriram as portas do confinamento e podemos libertar as correntes imaginárias que algemam o íntimo diariamente.
As conversas à distância e os calafrios do desejo já não chegam.
Temos via aberta para o lazer e sem hesitações voamos para a suite do motel.
Os pecados tão desejados, andavam a mastigar na própria língua, com dores no ego, como um cão esganiçado preso à trela.
Surgiste vestida com charme, os teus passos são um sismo que abala e trocamos olhares afrodisíacos, como famintos desesperados.
A química entre nós é eufórica, pego com gentileza na tua mão, damos um pezinho de dança e sinto nos teus olhos o brilho de uma princesa feliz. És a minha divindade divina, o pecado doce, o fascínio amoroso, a deusa corada que faz perder o controle na intimidade.
Trocamos os primeiros sorrisos, purificadores, beijos fumegantes, uns amassos apertados e prazeres a cada toque corporal pelo deslizar das mãos.
Consegues ser uma caixinha de surpresas, crias vibrações no cérebro, músicas no coração e um certo nervosismo miudinho.
Tapo-te os olhos e levo-te para a cama para semearmos amor.
Dois safados cheios de coragem vadia, contigo trasvestida de fodilhona pervertida e eu de anjo com asas feitas de pecados. As bocas abertas, as palavras a esvoaçar por poetas loucos, soltamos os egos, libertamos as hormonas da loucura e voamos apaixonados por sexo.
Tiramos as cuecas molhadas, reencarnamos em bandidos nas zonas erógenas e iniciamos preliminares à descoberta de excitações.
A velocidade torna-se cruel, as vibrações do clitóris intensas, as lambidelas dão alternância às penetrações. Amarrados à cama, os orgasmos são fertilizantes da tesão e os gemidos estouram as barreiras do som. A precisar de descabelar a alma, levo-te para a poltrona dos vícios, passo a saliva como se fosse lubrificante anal e ficas com o cú aberto a aventuras. Nas posições de copulação, as bolas chinesas regalam-se, o suor da paixão escorre nas epidermes e assanhado, castigo o esfíncter até esguichar o sémen. Uma viagem ao paraíso, entre o Adão e a Eva, num apogeu sexual, com as oscilações a esbaterem nas paredes e as bofetadas a marcarem as nádegas. Desvairada, possuída pelos prazeres de corpo e alma, abres a boca mascarada de devoradora de esperma e sugas incessantemente o mangalho pulsante.
Assanhados, num rodízio de exaltações ao parceiro, sem folego, não desistimos, nem descansamos, com as bocas de beijo ao rubro.
Convertidos nuns animais alucinados, impregnados pelo comprimido da felicidade, sentimos que desconfinamos para amar.

Respeita os direitos de autor.
Iluminar o caminho…
30 de Setembro, 2018
Sonhos no Criador…
16 de Outubro, 2018
Reviver a felicidade…
12 de Setembro, 2019