Epopeias eróticas...
23 de Fevereiro, 2025
Dizem que a única forma de nos livrarmos da tentação é ceder-lhe e, portanto, não resistimos.
Com a bússola desorientada, parecemos traças a dançar à volta das velas e abrimos a Caixa de Pandora, deixando sair todos os diabinhos do pecado.
Sempre alimentamos mutuamente a fome sexual, para depois saciamos o corpo com heresias intensas bem requintadas.
A lua cheia encarrega-se de montar o cenário idílico, com as estrelas abraçadas no ninho do amor e os deuses loucos em sintonia connosco neste ato de contrição.
Tomamos a cama de assalto, fazemos respiração boca a boca como se fossemos o salva-vidas um do outro e regamos o colchão com gasolina. Nem precisamos de acender o fósforo, porque rapidamente subimos o elevador da luxúria, com os prazeres a beijarem-se e os desejos a ficarem desgovernados.
Tiro-te a lingerie vermelha e com ela improviso uma venda para os nossos olhos, para ti o sutiã e para mim o odor intenso da cuequinha.
Os beijos de fogo com os lábios em labaredas, são o trampolim para desvarios nos teus mamilos em erupção e para as unhas cortantes rasgarem as minhas costas de cima a baixo. Caídos no olho do furacão, com as peles esfoladas, entregas-te como uma prostituta vendida, porque tenho o privilégio especial de ser o teu louco amor.
Como uma gananciosa desregulada, com a boca sequiosa, chupas-me dedicadamente o pénis, até me fazeres vir descontroladamente e faminta com os ardores das dedilhadas persistentes no clitóris, amordaças os gemidos, enquanto aguardamos pela intensidade voraz dos orgasmos.
Vendados, despojados do sentido da visão, usamos os quatro sentidos na cumplicidade corporal.
Pareço um mendigo a nadar no lago dos teus suores e tu uma louca nua a cavalgar em cima de mim, com o membro encaixado na vagina lubrificada. As cadências são desenfreadas, respingamos suores para as paredes, deixando-as molhadas em pinturas abstratas e as vidraças estilhaçam, não resistindo aos gritos dos prazeres.
Cada carícia, cada beijo, cada toque são nobres gestos que incentivam a ejaculações imoladas de paixão.
És inundada pelo sémen quente nos três orifícios do prazer, enquanto solto uivos de lobo macho aos quatro cantos do mundo.
Alienados um no outro, numa osmose profundamente sexual, ainda bem que não resistimos à tentação, porque assim conseguimos tatuar no corpo e na alma epopeias eróticas.
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