Planeta Azul…

Planeta Azul…

Azul é a cor do meu planeta. Digo o meu, mas ele não tem dono, porque já ergui e desfraldei todas as bandeiras que rasgaram as fronteiras. É um mundo mágico em que cada estrela tem a nitescência no rosto perfumado da mulher universal. E tu és uma delas, és o deslumbramento da minha inspiração, és o trampolim das minhas emoções e fazes sentir a imortalidade de sonhar contigo.
Neste jardim do paraíso, sinto o calafrio dos teus beijos, que deixa o corpo inebriado na hipnose e com sopros palpitantes no coração.
Abro os portões deste reino, entras e recebes as chaves do amor para poderes redescobrir os segredos dos sonhos. Podes ouvir palavras das vozes do além, mas és venerada como uma deusa. Aqui as tuas senhas de entrada mandam para o matadouro os machistas detratores da tua pura e divina alma.
Por isso em cada praceta existe um palco, onde os fantasmas cantam ópera, narram poemas às cores e tocam melodias com sorrisos que abraçam.
Cada mulher que aqui entra é batizada com o fogo do dragão na fonte dos desejos.
Vendo os teus olhos para sentires a vida eterna, abres as asas da tua pele não as do medo, mas as asas que fazem voar e infringir os limites do prazer. Derretes na boca as hóstias feitas de ostras afrodisíacas, até sentires as alucinações e cantas aleluias, aleluias, aleluias.
Ouves os sinos tocarem musicalidades eróticas que esventram os teus sentimentos perniciosos e abres o âmago às batidas da paixão.
Entras em viagens loucas, que faz repicar os teus seios ao rubro, a boca a secar no calor da sombra, a língua perdida nas felicidades abertas e a vagina suada a regar o teu corpo.
Abro a cama dourada para fazer contigo brindes estridentes com o vinho feito de água benta e o teu corpo cai em transe até sentires overdoses de regozijos.
A tua praxe neste quarto é sentires o teu corpo e alma a serem amados. Não existem desertos de almas, nem santuários de virgens, mas a tua sensualidade atrevida irá fazer corar os santinhos do pecado e provocará ereções no Criador.
Aqui até arrepias só com o ar que respiras, o teu coração bate no sapateado tântrico e o teu pestanejar é o soprador das velas do amor.
Podes ser a cantadora de provocações, podes atirar flechas com faíscas às labaredas do meu desejo louco carnal, mas nunca serás carrasca de nenhum homem impuro.
Acionaste o bilhete de admissão, ouviste os trompetes a tocar vitórias gloriosas, viste nos céus a voar cometas de cisnes, sentiste no corpo as pinceladas rupestres da minha língua impregnada de chuva de beijos e agora insultas o diabo sem heresias.
Comungamos o corpo um do outro nesta procissão vibrante de orgasmos carregados de toneladas de prazer, mas sentistes a coragem de esmagar as angústias de amar.
Entraste neste admirável planeta azul, nunca mais vais sair e que te fará perpetuar desejos de acariciar o teu próprio sexo mesmo em pensamentos.

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