Flamejar de prazeres...
22 de Janeiro, 2025
Sabes bem o motivo da distância nestas semanas difíceis e tens sido extremamente compreensiva em dar-me o espaço na necessidade da minha solidão. Os dias pareceram meses, mas precisava de dialogar com o meu “eu”, de escutar as raízes dos pensamentos e nesse capítulo foste uma mulher com uma enorme sensibilidade humana. Sei que também sofreste sozinha, quer pela minha ausência, mas também pelo conhecimento cabal da minha fatigante situação.
Foram semanas em que o relógio parecia avariado, em que o cérebro foi um saco de pancada psicológica, mas finalmente o sol timidamente vai aparecendo no horizonte, como se fosse uma chama olímpica de novas esperanças.
Desejosos por trocar os nossos devoradores e famintos olhares, precisamos libertar a psique das coisas negativas, enlouquecendo no lago dos desejos explosivos.
Sei que és o verdadeiro milagre milagroso para as maleitas da minha alma e felizmente ainda não estou extinto, nem morto e também não quero a morte prematura dos desejos.
Decididos, não queremos migalhas, desejamos banquetes na cama e viajamos como loucos desenfreados, numa velocidade furiosa para a suíte do motel.
Durante a viagem, mesmo sem palavras, sentimos que neste momento elas são inócuas, mas que produzem turbilhões de degredos obscuros, impregnados de ruídos ardentes.
Sempre detestamos a solidão, amamos as labaredas do prazer das noites loucas e por isso somos uns animais ferozes prontos a provocar gemidos um no outro como se cada um fosse a presa do outro.
Gritas: rasga-me sem teorias nem regras púdicas!
Com os corpos ardentes e possuídos pela sofreguidão, invadimos as perversidades e saciamos as vontades hormonais. Com palavras atiçadoras, agasalhas-me a alma dos pretéritos vazios, enquanto te dispo o corpo. Sentimos os arrepios que queimam na pele, subjugamos os lábios aos beijos da serpente e sem reprimir os instintos sexuais, damos asas com as carícias nos teus imponentes seios. Contorces o corpo, com gestos apimentados e súplicas ao, pénis fazer da tua vagina a morada das loucuras. Com a agilidade dos dedos húmidos, sufoco-te com meneios vadios e ousadias insanas no clitóris, penetrando-te com avidez, como se estivesse a profanar algo sagrado. As estocadas são avassaladoras, entrelaçam-se apaixonadamente em sintonia com os teus uivos incessantes, enquanto o sémen e o muco dançam abraçados.
És uma boia de salvação para o ego amarfanhado, sem promessas falsas de paixão, mas com impetuosas atitudes, devoramo-nos em loucuras de adolescentes com intensas provocações físicas.
Despidos, suados como cavalos cansados, sentimos que somos um tesouro por descobrir e com a ponta da língua, descrevo na tua epiderme capítulos de novas indecências. Com o prepúcio devoto à tua quente e salivada língua, sinto a positividade no horizonte e a nossa distância palpável, tem de ser paga com juros no flamejar de prazeres.
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