Violência doméstica...

Violência doméstica...

Hoje é o dia de luto nacional das vítimas de violência doméstica.
Infelizmente deveria ser um tema diário, porque existem muitos padecentes, alguns encapotados pelo medo de se libertarem dos valentões de merd@ e imensos já faleceram no silêncio, vítimas da crueldade dentro de portas.
Que sociedade é esta que valorizamos as coisas mais fúteis, descuidando este flagelo da violência doméstica?
Muitas vezes junto das nossas portas, não fazendo nada e só depois dos fatalismos acontecerem, fazemos o luto às vítimas.
É esta sociedade hipócrita que queremos para os outros e para nós?
Onde o que se vê ou ouve, são gritos silenciosos para os nossos tímpanos e ficamos impávidos e serenos no interesse dos nossos egoísmos.
O agressor não se apodera só do corpo do sofredor, destrói também a sua alma irremediavelmente para sempre.
Não devemos ter papas na língua, muito menos contemplações para os carniceiros, que com os seus gestos matam o presente e o futuro dos outros. Para eles, são verdadeiras bravuras, quando não passam de calhordas cobardes, que invadem o ego e estilhaçam o íntimo com fendas que nunca mais cicatrizam, castrando os sonhos de felicidade. Gestos selvagens, animalescos, de morcegos sanguinários que se alimentam dos arrepios e gritos de medo pela sua imposição. Usam de tudo, para ferir e denegrir a dignidade humana, com violência gratuita, ou palavrões ofensivos, que funcionam como rolos compressores no íntimo dos cérebros, atropelando até a parte psíquica do mártir.
Este tipo de crápulas da sociedade, só tem um sítio onde deveria e poderiam viver. Eram enjaulados no inferno, alimentados a pão e água e obrigados a trabalhar para o bem da comunidade.
Infelizmente a vida não é como nos filmes onde, geralmente, os maus da fita têm um final trágico e para os bons, é reservado um final feliz.
Não é assim!
No mundo real, as vítimas ficam com os sonhos adormecidos, uns sonâmbulos acordados, com o corpo carregado das cicatrizes e a viverem abraçados ao pavor, algemados pelas lágrimas de mágoas profundas, espelhadas nas memórias da violência doméstica.
 
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