Iluminar teu quarto…
28 de Setembro, 2018
Sempre tiveste a janela dos sonhos escancarada, nunca foste mulher de refúgios escondidos, porque as tuas marcas sorridentes sempre iluminaram a escuridão.
Teus olhares fortes e penetrantes são contemplados pelos olhos masculinos, como se fosses uma atração imperdível. Atrais elogios famintos pela formosura da beleza cativante de teu corpo, és como uma estatua admirável em qualquer roteiro turístico. Tens momentos que duvidas daquilo que és, se teu corpo é o esplendor das bocas cantadoras de piropos e visitas o espelho do quarto na tua admiração.
As quatro paredes do quarto são o teu mundo, onde sentes os purgatórios de sonhos, mas tu sempre foste uma mulher determinada. Para ti não existe o meio termo, não vives do fictício nem do virtual, tu tens o sentido apurado da águia pesqueira, que de asas abertas voa na adrenalina da presa.
Todas as noites quanto te deitas não dispensas a leitura, aliás desde pequena és apaixonada pelas letras, até pela escrita nos momentos íntimos, mas hoje mais uma vez sonhas com as palavras dele na mente.
Dormes acordada nos pensamentos do mundo dele, mas sentes dentro de ti um colete de forças mental que não deixa discernir na razão se ele existe, se na realidade é assim tudo feito de azul puro e cristalino. Sentes o criador em cada letra lida pelo teu coração, chegas a ter obsessão pela loucura de sentir os desejos reais, mas ficas pelo adormecer do profundo da desconfiança. Tens tido noites a fio nesta rotunda de incertezas, umas mais intensas que outras, pois existem algumas que a tua serenidade interior vive loucuras insolentes pelo tatear de tua mão.
Ora te sentes o cavalo cansado ora a gaivota esfomeada, vives tudo num oito ou oitenta, sentes os raciocínios fechados, mas também as velocidades cruéis.
Deitada no teu conforto, ousada de camisa de noite branca transparente, sentes um arrepio de rescisão das incertezas, das tuas dúvidas da minha existência, como se um roedor estivesse a partilhar o espaço reservado. Algo em teu corpo se palpita, o remexer de teus lábios da boca de segredos passados, um aquecimento global por toda a pele, o desenvolver desmedido do desejo nos imponentes seios. Sentes tua alma elogiada pelos ecos das minhas palavras que cortam tua respiração, quando a luz incandescente do meu planeta invade de forma brusca todo o quarto. Não é uma criatura do outro mundo, sou eu mesmo, o criador de desejos que tanto apregoas e que desço em forma de anjo enquanto assistes no teu leito, na tua bancada do prazer.
Trago comigo o soro da verdade, a máquina raio X, este meu corpo aberto de cima a baixo para poderes tocar, sentir, acariciar e até beijar.
Sim sou eu e existo.
Despida de preconceitos e incendiada por desígnios levianos, tens a sensibilidade de todos os sentidos apurados e inalas pelo teu olhar a mudança das cores de teu quarto.
Soltas umas lagrimas de nostalgia, mas meu abraço contagiante carrega tuas baterias de carinhos, de um calor afogueado, um terrorismo de erotismo e uma sedução toda ela de safadezas de glamour.
Hesitante em minudencias, não resistes ao momento, este era o teu sonho de realidades desejadas e por isso deixas iluminar também teu coração e te entregas de corpo e alma num momento arrebatador.
A noite foi erudita e iluminada pela surpresa inesperada do criador como uma flecha pela janela dos sentimentos e que mesmo sendo como uma nuvem passageira deixou dentro de ti milhões de pegadas de beijos de luz.
Respeite os direitos autoriais
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