Mascarados (Carnaval)…

Mascarados (Carnaval)…

Um período recriado no seu esplendor máximo da folia.
As estrelas desfilam travestidas, com os fatos costurados pela grandiosidade da imaginação.
Tudo pura diversão, surpresa e fascínio.
Cada figurante reflete, a sua outra alma, o outro desejo da reencarnação na personagem por si inventada e/ou desejada.
A musicalidade aos ritmos de samba, invade com magia os tímpanos dos presentes e o impacto na felicidade sente-se na forma como cada um se entrega à dança.
É carnaval, com os magníficos desfiles dos foliões, os confetes, os sons dos batuques e as crianças felizes atirarem as fitas de mil cores uns aos outros.
Uma época festiva, que se criou nas vaidades dos antepassados, uma tradição com alguns séculos, onde os disfarces vão da nobreza à simplicidade do povo.
O secretismo por detrás dos rostos escondidos de cada indivíduo, é uma forma de gozar com os amigos, conhecidos e deixar no ar o mistério da verdadeira personagem oculta.
Entusiasmo, pagode, alegria, deboche da ilusão, tudo nos olhares abscônditos por detrás dos disfarces, nesta fantasia do mistério e várias vezes traduzida numa sedução ardente entre os vários pares.
O baile ainda agora começou…
Peço desculpa.
Afinal não existe, baile!
Não pelo facto de a banda não ter aparecido.
Não, que não seja dia de carnaval.
É que os tempos que vivemos são bem diferentes e difíceis.
E, isso é coisa de outros anos.
Pois, parece que foi ontem, mas não. O tempo esfumou-se num vazio indescritível em palavras até para os filósofos e poetas.
As máscaras ainda se colocam, mas para outros fins e para encobrir lágrimas derramadas pelas tristezas e depressões.
Hoje é carnaval, sim!
Mas, o meu pensamento está nos profissionais de saúde, os fiéis mascarados, que lutam numa azáfama terrivelmente dura e cruel.
Tentam a todo o custo salvar vidas, sentem-se muitas vezes impotentes e acabam por ver perecer muitas delas, nos braços. Eles, que após saírem do trabalho, em casa desejam e podem tirar as máscaras e mesmo assim adormecem com as marcas profundas das mesmas na pele do rosto.
E, se tudo não bastasse, os pesadelos que atormentam os seus cérebros cansados pelo stress traumático, devido à pressão diária que estão sujeitos.
Há carnaval, mas desliguemos por instantes a música como pesar, para escutar com o coração, o sofrimento, a dor, a tristeza, é que irá demorar muitos anos a sarar, mascarados…
 
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