Preciso de ti...
26 de Março, 2020
Sou um amante de história, ajuda a conhecer a criação da humanidade, de onde viemos e eventualmente para onde caminhamos. Ficheiros, identidades, historial de autópsias, um manancial enriquecedor, nestas coincidências clonadas com a atual situação. Pestes, calamidades sempre assombraram o ser humano, umas mais aterrorizadoras que outras. No passado a comunidade científica menos dotada tecnologicamente e mesmo assim houve egrégios heróis que souberam lutar, até cair para o lado e nunca saíram derrotados. Guerras duras, inimigos ocultos, batalhas perdidas com muitas vidas dizimadas, culminaram em vitórias finais gloriosas. Seja qual for o opositor, todos juntos, somos uma força hercúlea para vencer, sempre foi assim e será!
Uma introdução para metáforas, nestes rostos escondidos, de perfis amargurados, de ironias no destino com os pássaros a voar livremente e nós no cativeiro, em que a casa é o casulo da resistência. As emoções divergem, os ponteiros dos relógios caiem, as bússolas avariam, as ânsias florescem, os convívios são enterrados nas rotinas da solidão. Adversidades dos rituais, gerará vontades de sensibilidades mais apuradas, capturar novos entusiasmos, de matar pela raiz este estágio suborno de felicidade, castrador de sonhos.
Sem vaticínios da desgraça, aqui estou, não sendo poeta, tento falar mais alto, um visionário neste silêncio de ecos a tentar vislumbrar as vozes das estrelas, em que o brilho delas potencia o arco-íris como a nova bandeira da universalidade.
Abri as janelas, espreitei, as ruas são escombros cobertos de sombras, as peças de teatro marionetas vazias, as lojas armários selados, mas existem reflexos no espelho da vossa luz pela interatividade virtual.
Distantes, sentimos novas necessidades, onde o indispensável telemóvel, no presente é materialmente frio, gélido e percebemos que não chega para iluminar as almas. Ficamos reféns das paixões físicas, dos sorrisos tangíveis, até do simples eloquente bom dia da manhã.
Depois dos destroços deste terramoto ímpar, vamos cultivar o amor, seremos fábricas de carinhos, cairemos embriagados pelos abraços verídicos, acordaremos com ressacas de beijos e cãibras nos lábios.
Será, no entanto, tudo mudou pela distância física e fechei tudo menos o coração, preciso de ti…
Respeite os direitos de autor.
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