Memórias passadas, forças futuras…

Memórias passadas, forças futuras…

A tua vida dava uma grande película de cinema, cada episódio seria um verdadeiro capítulo de personalidade inconformada e resiliente.
Nasceste rebelde, uma força bruta da natureza, uma mulher viciada em sonhos, com uma linguagem mental fortíssima, com uma lucidez refrescante e que os momentos de loucuras nunca são excessos.
O teu coração sempre foi daltónico, matavas machos com paixões intensas por ti, até ao dia em que conheceste o homem que te deixou encantada pelo veneno do sexo. Possuía uma beleza perigosa, os olhos falavam ao coração, cada instante com ele eram pecados imorais e o corpo provocava palpitações desenfreadas no clitóris. 
A personalidade dele escrevia palavras a todos os instantes na tua pele, mesmo nos silêncios as montanhas eram ilusões de devaneios tatuados, mas que levou a tua alma à imensidão do abismo.
Casaste e como mãe dedicaste a tua vida aos filhos que ainda hoje são o conforto das tuas solidões vazias. Sim, solidões, porque ele subornou a tua felicidade, ele inundou os rios com as tuas lágrimas, criou um fosso nas tuas amarguras do tempo. Um cobarde imprevisível que traiu a tua doce confiança, nas bravuras sexuais fora de portas e agora apenas sentes nojo do nojento.
Tinhas entregue tudo de ti, vandalizaste a tua própria alma, modificaste o teu corpo, que até as carências ficaram perdidas.
Sempre foste uma mulher quente, ardente que até o olfato dos orgasmos deixava-te excitada, e agora perdida nas ansiedades nem consegues fazer a tua própria avaliação psicológica.
É na luz da escuridão que matas os vícios carnais, na cama sagrada do passado que tens gemidos de prazeres solitários, com um menu de machos de outrora que vagueiam na tua cabeça, como se fosse um jogo de atrações, mas tudo é longínquo.
Sempre foste incurável nos sentimentos sexuais, por isso exploras o teu corpo nas masturbações a sós e impões os próprios desejos a ti mesmo.
É nas tuas vibrações do corpo que despertas a alma, é nas emoções da consciência que limpas o rascunho do tempo e acordas o teu íntimo para derrubar obstáculos das batalhas futuras.
No meio destes pesadelos de dor, é na diversão com brinquedos sexuais e das hormonas que deixas consumir pelas palavras excitadoras.
Com a luz luminosa dos sorrisos dos teus filhos, sentes devoções invejosas que outras não têm, impulsos cortantes para não desistires de seres feliz. Destróis as tuas saudades e são os teus filhos que fazem olhares o espelho da coragem que existe dentro de ti.
Aos poucos, sentes novamente germinar a tua rebeldia, a tua força animalesca de viver cada segundo com a intensidade de voares na liberdade de uma borboleta.
É com as memórias do passado, que encontras as forças futuras…

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