Nas mãos do Criador…

Nas mãos do Criador…

Eu já sabia tudo aquilo que tu sentias. As expectativas sem pudor que ferviam dentro de ti. Sempre tiveste essa atitude retraída e sem jeito, mas bastava sentires o pulsar das conversas privadas mais ousadas e coravas atrevidamente.
O anseio de subir o cavalete do paraíso sempre foi intenso dentro de ti. Vivenciava tudo em cada canção provocadora que lançavas ao Criador. Em ti até os silêncios são do cio e sempre com o desejo do dia do juízo final.
Esse momento chegou mesmo perdida na tua hora relógio, mas com enorme vontade de seres castigada pelo animal atiçado. Cara rosada, esbelta como uma enguia no teu vestido apertado e sempre a remexer no teu encanto o nervosismo miudinho.
Entras no meu planeta azul, onde as velas soltam chamas de loucuras, onde os ventos celestes libertam suspiros e onde a cama dourada é o palco de jogos abertos aos gemidos.
Pareces uma tela abstrata, uma fisgadora de cupidos e com ânsia de dares a beber o veneno da víbora no banquete do rei. Olho a tua imponência de cima a baixo e vejo uma violinha doce encantadora, uma cisterna de labaredas. Sinto o odor das tuas feromonas libertadas pelos teus poros, como se fossem aplausos eufóricos.
Deixas o Criador boquiaberto e com vontade de ser o alpinista da tua beleza, o tocador musical da sensualidade do gingar das tuas nádegas.
Tiro o teu vestido e abraço a delícia do teu vigor em carícias com asas e ouço o roncar do teu coração. As minhas mãos carentes derretem o gelo do teu carvão em brasa, com brindes na pele como se fossem obras de arte feitas por otários famintos. Os teus lábios são inspiradores a beijos com creme de chocolate, que sacodem os nossos egos para a libertação total.
Queres que seja o curandeiro dos milagres, que faça os santos corarem das palavras e dos atos com lama na reza aos deuses.
Vendo os teus olhos e tudo que sentes são visões que falam pelas tuas orelhas mordidas e pela língua traçada do lambedor viciado.
Lambo as tuas coxas, faço dos teus seios chupetas com os mamilos ao rubro e bato de queixos na tua vagina melada. Com dois dedos introduzidos, comprimo a língua para rodopios minuciosos em cada sensação vibratória do teu clitóris. Enlouquecida pelo prazer gemes e contorces o teu corpo e libertas rastros de odores nos espelhos molhados.
Sinto o meu interior invadido por uma manada de búfalos e desgovernado tenho ejaculações prematuras que pintam as tuas pernas de sémen.
Queres ser obscena pelos júbilos dos sexos e na posição de joelhos, gritas ao teu sangue para galopar ferozmente em delírios.
Lambo lentamente de cima até baixo a tua espinha com a língua empregada da tua exalação e arrepias toda. Pedes para penetrar a tua fenda esbaforida com estocadas que esmaguem os músculos sexuais.
Tresloucados nas silhuetas desgovernadas, bradamos urros safados aos céus do pecado e exultamos as hormonas a memórias inesquecíveis.
Arranho todo a transpiração da tua corpulência, agarro os teus cabelos e atiço o teu rabo empinado com estalidos das palmadas e lambidelas salivadas. 
Gritas sinais de guerra e invado o teu canal apertado enquanto soltas sorrisos depravados pela tua conquista descarada, na explosão dos orgasmos.
Banhados pelo tresandar forte dos suores, retiro o lenço que cobre os teus olhos e afago a tua pele com as mãos escorregadias.
Senti o teu carácter pela tua entrega e tu sentiste pelo bater do meu coração.

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