Quimeras na objetiva...

Quimeras na objetiva...

A vida tem amarguras, mas, ao mesmo tempo, dá-nos muitos momentos de prazer e sorrisos de felicidade. Devemos abraçar com todas as nossas forças os instantes de energia positiva e não dar tanta ênfase aos períodos negativos e muito menos aos que não conseguimos controlar.
Por isso vivo intensamente com paixão tudo aquilo que me entrego, sempre de corpo e alma, com perfecionismo e muito sentimento.
Ora umas vezes um poeta das palavras abstratas, ora um pintor com as cores da ilusão ou simplesmente um amantético pela fotografia.
Através da objetiva, gosto de absorver ao detalhe a natureza e principalmente a sensualidade e graciosidade feminina.
Hoje, o palco fotográfico não será como habitualmente num estúdio, com as luzes frias, até porque a diva é uma mulher cuja venustidade ultrapassa os limites do infinito.
Escolhi o cenário, um lugar idílico, com magia no ar, até pelas muitas lembranças de amor, é um campo coberto por pétalas de rosas, apimentado pelo chilrear dos passarinhos e o céu amarelado como se fosse uma bola de fogo arder.
Com a máquina a postos virada para a janela do paraíso, com a lente no “zoom ampliado”, como se fosse o bisturi para abrir a caixa do deslumbramento, surges com uma brancura celestial. Um rosto desenhado à mão pelos deuses, de lábios vermelhos, com os cabelos soltos de ar selvagem, transportas um brilho intenso no olhar que ilumina o decote rebelde “desnudado”. De silhueta galante, umas pernas torneadas e reluzentes, tudo numa simplicidade arrasadora.
Sinto um baque, um suspiro com estrondo, que me deixa com a ansiedade descontrolada e pela excitação, os pensamentos são uma carta aberta para mapear todos os labirintos da tua voluptuosidade.    
O olhar penetrante, as posições “sexys” e arrebatadoras a cada “flash”, a libertinagem profissional sem tabus em expor a intimidade da rasgada nudez, estoura o silêncio da minha mente e fico a escutar os ecos das vozes da consciência.
Talvez sejam desvarios de adolescente, desejos ocultos numa mente erótica e atraído, simplesmente fotografo as tuas medidas corporais com esmerada minuciosidade.
Com gentileza, devolves sorrisos encantadores, contorces o corpo para seres captada em todos os ângulos, ostentando para a objetiva a formosura, como se fosses um mapa para descobrir os labirintos da volúpia feminina.
A tua candura zelosamente cuidada e dedicada ao trabalho, resvala nas minhas ânsias em dedilhar-te a pele com os dedos mais suaves habituados às teclas de piano. As ondas telepáticas sentem-se no ar, deixas-me a boca seca neste deserto abrasador, mas resta-me recuperar o fôlego e espreitar pela “câmera” como se fosses Braga por um canudo.
Com a tua beleza abençoada, a essência maliciosa, mas balsâmica, representas o expoente máximo do ser puro e divino, a deusa mulher.
Eu? Apenas um sonhador apaixonado pelas quimeras na objetiva.

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