Sentimentos enjaulados...

Sentimentos enjaulados...

O mundo está cheio de cães raivosos, já não se limitam a roer os ossos deles, andam esfaimados por tudo aquilo que não lhes pertence. Tudo o que reluz, que possa ter algum proveito próprio, nem que sejam as terras raras da Ucrânia. Os tiranos usurpam e aproveitam-se da fraqueza alheia, até daqueles que infelizmente foram vítimas de uma terrível invasão do seu território e todos os dias sofrem a barbaridade da guerra sangrenta sem fim. Não bastava um sanguinário ditador do século XXI, temos agora mais um com um comportamento execrável e que miseravelmente está a alterar as regras do direito internacional que tantas décadas demoraram a construir e a unir as nações.
Tirem-me deste filme, não quero ver as lágrimas a escorrerem pelas paredes húmidas e onde proliferam cada vez mais ervas daninhas.
Açoitem-me, mas não se atrevam a obrigar-me a confessar tudo o que um crente com a alma transparente sente neste mundo desumano.
Sempre fui um fazedor de histórias, mas alegremente o meu espelho nunca refletiu vergonhas, pois sou como a natureza em bruto, tenho a nobreza na alma.
Já fui um vulcão incontrolável, hoje tentam cobri-lo com gelo, mas prefiro ter o coração em lume brando, a manter a chama da partilha do amor e não viver nas amarguras sem nexo.
Na vida tudo tem sentido, os ovos não podem dançar com pedras, nem os avarentos energúmenos deviam nascer.
Talvez a minha sensibilidade seja um defeito nos tempos modernos, mas prefiro continuar assim, com o andarilho pendurado na parede à minha espera e os soluços da agonia enterrados no fundo do mar.
Às vezes quando ouço o cantarolar dos monstros, confesso que me deixa assustado, não pelo meu futuro, mas pelo bem-estar das futuras gerações.
Não quero ficar sozinho, agarrado à solidão do passado, ainda tenho o gosto de cantar às estrelas brilhantes no céu, enquanto ouço músicas românticas no rádio.
A escuridão do futuro, até poderá ser dominada pelos carniceiros dos vivos, talvez até tenha sorte e fique apenas como um pássaro com uma asa partida, o destino o dirá. Até lá, vou ficar fechado numa gaiola, não como se fosse um bandido, mas a enviar aos corações dos outros os meus profundos sentimentos enjaulados.

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