Anjo Rayan...

Anjo Rayan...

Hoje em dia, o mundo vive em movimentos lentos, tudo parece estranho, quer nas vivências diárias, quer até na maneira de olharmos ao espelho. Conseguimos tudo, superamos barreiras incríveis, com feitos históricos positivos e depois somos inferiores aos animais irracionais.
O relógio parou, ou melhor, todos desejávamos que pudesse parar.
Por mais de oitenta horas, estivemos todos sentados na poltrona de mãos dadas, ligados pelos ecrãs e com as chaves dos corações a tilintar em fortes emoções.
Um povo solidário, um mundo em suspenso, num intenso nervosismo miudinho, com o equilíbrio emocional na balança das palpitações, na tentativa de podermos agarrar à vida a divindade divina de uma criança.
O Rayan, caiu num buraco escuro, num abismo, profundo com trinta e dois metros, onde a luz é de escuridão, dor e sofrimento.
Fez-se de tudo, mas a justiça é cruel.
A ânsia de festejar, com gritos de histeria eufórica, deu lugar a um silêncio estremecido, à frustração da impotência humana e abalou comoções em rios de lágrimas. Os sons abafados de soluços, carregados de mágoa, encheram de água, os olhos do mundo, distorcidos pela imensa consternação e pela perda de uma alma levada pela inocência.
Tanta filosofia balofa da humanidade.
No dia seguinte já ninguém se lembra, a não ser os pais que vão carregar para sempre uma dor dilacerante e sem palavras para descrever a mortificação.
Isto é um mundo cão, que ladra sem coração, de aves de rapina, sem penas nem compaixão. Diariamente, a todas as horas, em todos os segundos morrem crianças, que infelizmente nasceram nos jardins proibidos do paraíso, nas mãos de pedófilos, de corruptos, de malfeitores, de traficantes de seres humanos, que matam sem piedade estes príncipes de sorrisos cândidos escondidos.
As crianças são do mais puro, do mais imaculado, que existe neste planeta terra e gerados pelo virtuoso ser, a mulher.
Contrastantes atitudes dos seres que se dizem humanos, sendo depois, piores que animais raivosos e que se alimentam de sangue de lutas desumanas.
Porque não temos o discernimento de sentir que em cada criança existe um Rayan?
Bem se diz que o amor é coisa de sábios e de mestres com alma e coração.
Este menino que todos abraçamos e tentamos agarrar à vida, infelizmente subiu a escada para o céu, com a áurea envolta em raios de luz e ladeado de borboletas e será eternamente o Anjo Rayan.

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