Silêncio das palavras…
04 de Fevereiro, 2022
Nunca me escudei no silêncio das palavras, mas existem as emudecidas que ainda coabitam na alma. Comecei a escrever faz tempo, há quase quatro anos, dá que pensar como o tempo voa e a vida é um sopro.
Neste período, cruzei-me várias vezes com o passado, onde não escrevia, apenas vivia mergulhado na loucura da profissão dos números e agora, deles, restam apenas os rascunhos e a maioria transformados em cinzas.
Com o borralho, recriei um mundo fantasioso, onde todos podem viver na harmonia da amizade, da cumplicidade, com paixão e numa absurda amplitude matemática somei dois mais dois e deu AM + OR = AMOR.
Mesmo misterioso, sem rosto, usando um pseudónimo, quem me segue já conhece o essencial, a minha alma.
Ainda recebo perguntas, sobre o aspeto físico, do rosto, do estado civil, da nacionalidade e se criei algum embrião descendente (filhos). Imensas questões, até da sexualidade, se sou realmente um homem ou uma mulher escondida nesta virtualidade.
Pouco importa, o peso, a altura, a idade, quando podemos escutar pelas palavras a cristalinidade do íntimo do poeta, que apenas tem como intuito semear luzes acesas de esperança dentro de cada coração.
Umas vezes tempestade, com o vocabulário a serem bolas de fogo que despertam paixões, outras apenas uma brisa que sopra ecos das sílabas da razão. É a razão que tenta acalmar-me, ela é a racionalidade, as algemas do instinto amantético que convive em mim.
Quando escrevo, abro o palco, sem cortinas de fumo e quem tem o dom de sentir-me, é presenteada com a luz intensa da minha maneira simples de ser.
Há, quem pela leitura, interprete em cada frase, parágrafos como se fossem labaredas ardentes e deixam-se imolar por elas. Mas tudo que escrevo é de olhos fechados, deixo acender os candeeiros da imaginação e converto tudo em fantasias e ilusões.
Deixei-me escravizar pela mulher, pelos poemas de amor, pelas heresias dos sentimentos sexuais, mas com nobreza, com submissão às prosas da sua divindade.
Sou feito de malícia, até na ponta da língua, sou incontrolável, insaciável, gosto de saborear a intimidade imaculada de cada fêmea, sem tabus.
Não nasci para menino de coro, esses cantam aleluias, mas também não quero ser filho do diabo, que só gritam heresias. Quero ser apenas o que sou, um bom ser humano, amar, ser amado, portanto, abri as portas mágicas para todos navegarmos de mão dada pela amizade, nesta Planeta Azul.
Era um vulcão adormecido, que estimulado através da escrita, dispo a alma e deixo as vibrações do corpo criar ressonâncias que tenham o alcance de arrepiar as epidermes femininas, nem que seja pelo silêncio das palavras.
Respeita os direitos de autor.
Respeita os direitos de autor.