Utopias eróticas...

Utopias eróticas...

Vivias dos retalhos da vida, na escuridão do passado e não tinhas a noção da energia adormecida, da força bruta pulsante do vulcão que existe em ti. Surgi do nada, como um poeta insolente, um safado persistente com o desejo de acender a faísca e fazer explodir todo o teu esplendor.
Já foste fruto proibido, até para a imaginação, mas desde que abriste as portas da sedução, tens feito o diabo corar de vergonha e a mim o escalar de masturbações até ao purgatório.
Quando estamos juntos, sopramos sonhos e desejos ao baú dos prazeres, que só tu tens o dom de criar em mim.
Vestimos as máscaras de famintos e sem misericórdia nem perdão pelos pecados, assumimos olho no olho, no confessionário, que somos viciados na exultação.
Despidos da razão, caídos na cama como abelhas no mel e com olhares pornográficos, despes a lingerie vermelha, recreando malabarismos com os brinquedos sexuais, até encharcares os lábios vaginais e o ânus. É uma forma de premiares a tentação, sabes que consegues excitar até o diabo, que só de olhar-te transformo-me num animal e adoras abrir o cadeado da jaula.
Atrevidamente tresloucado, beijo-te os lábios e sinto a temperatura a subir. Os beijos de boca, transbordam a lava da saliva e perfumamos o quarto com o cheiro a tesão. Quero-te assim sedenta, ávida pelas explorações sem regras, sei que com a fragilidade da carne és submissa à dominação e os redemoinhos provocam arritmias sem controlo nos dois. Esfomeados, pelas nortadas sexuais desgovernadas, com vontade louca dos sacrifícios dos fétiches, aperto-te o rabo firme, devoro os bicos mamários que apontam para o céu e prestes a resvalar para o penhasco, caímos no epicentro do olho do furacão.
Embalados pela envolvência da música, num instinto fatal, lambemos os sexos na posição 69 e deixamo-nos embriagar pela fome insaciável dos regozijos corporais.
Endemoninhados pelo inferno sexual, és penetrada pelo pulsar da verga, que, alucinadamente húmida, escorrega escavando luxúrias e provocando gritos animalescos em ambos.
Com estrondo, os vidros das janelas partem-se, as paredes ecoam a humidade dos suores transpirados, as marcas das unhas cravadas acentuam-se na pele e expressam os desvarios da partilha do clímax’s.
Com os sinos a replicarem, travestida de fodilhona gloriosa, a lamber o monstro até à última gota de sémen, colocaste de joelhos, com o peteiro aberto, pedes para te sodomizar e para te rasgar de cima a baixo. Perdido de excitação, as sensações ébrias de júbilo apoderam-se de mim, ainda estremeço na minha insanidade e enquanto massajas a vagina, enterro-te o sexo dentro do esfíncter. Arrombado, a ser lacerado com penetrações pungentes, sussurro-te ao ouvido, que estou a vir-me dentro de ti e tu, com os ecos do zumbir das vibrações do clitóris, detonas a barragem dos orgasmos.
Felizes, ofegantes, suados, com as bocas secas, as pernas a tremelicar, os corações a baterem junto à boca, abraçados, perguntamos a nós próprios se são ilusões da fantasia real ou simplesmente utopias eróticas.
Que achas que serão?

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