Abraçados no prazer...

Abraçados no prazer...

Os dias tem sido monólogos dialogados com as paredes, sei que mesmo distante, escutas os meus pensamentos carregados de paixão ternurenta.
Penso constantemente em ti, agarro cada emoção como se fossem segredos desvendados nos tímpanos e deixo-me escorregar nos delírios da inspiração.
Na timidez partilhada que tolhia a felicidade, soubemos dar o passo em cada degrau, acrescentando sempre palavras ousadas e subimos na cumplicidade ao paraíso.
Espevitaste tentações pelos jogos da sedução, descontrolaste vivências arrepiantes na pele, viraste o coração do avesso e deixei-me entrelaçar no teu sorriso encantador.
Com ousadia, vasculhamos as janelas da alma e tivemos a lucidez para  deixarmos entrar a luz da felicidade, mesmo sabendo que os amores eram proibidos.
Demos passos de dança, ao som de músicas impregnadas de devaneios, enquanto trocamos salivas pelas bocas coladas em beijos insaciáveis. Demos tudo de nós até ficarmos despidos e bagunçarmos a intimidade ao mais ínfimo pormenor.
Hoje as angústias latejam, o sémen grita por libertinagem no teu íntimo e o teu corpo apela pelos prazeres que rasgam os lençóis.
Quero sentir a euforia pela tua nudez sugestiva, fazer da tua epiderme a violinha para tocar poesias do amor e saltar sem paraquedas nas fantasias descontroladas, como se fossemos novamente loucos perdidos na cama.
Não quero ficar subjugado a inspirações fugazes, mas sim submisso aos odores dos teus perfumes e poder saquear os teus buracos do prazer como se eles ainda fossem virgens.
Um faminto do batom dos teus lábios, das vibrações do teu clitóris, um amantético viciado pelo teu corpo, um louco pelos gritos dos teus orgasmos.
Comigo, gemes perversões, amas o impossível, sentes a alma feliz, soltas os gritos com histeria e comungas o néctar das nossas libidos.
Juntos somos fantasias extasiantes, navegamos nos suores transpirados, saciamos luxúrias sem perdão e matamos as carências contidas.
Somos uma explosão sem regras, uns amantes apaixonados, com vontade de estourar as portas sem fechaduras, sem julgamentos dos estados dos egos, muito menos de arrependimentos.
Junto cada sílaba para imprimir a minha vida em palavras e em cada uma delas sinto-te sempre, porque estamos constantemente abraçados no prazer.  

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