Amarras intrínsecas do amor...

Amarras intrínsecas do amor...

A língua portuguesa é rica culturalmente devido às suas origens e evoluções históricas e enriquecida pelo seu vasto e extenso vocabulário.
Há palavras, verbos, adjectivos com simplicidade mas também complexos e algumas delas dependentes do contexto que são exprimidas ou expandidas podendo ter vários significados.
A simples palavra corda, pode ser esmiuçada em diversas vertentes, com sentidos díspares, desde simples corda feita de diversos materiais com mais ou menos rigidez, às cordas vocais, musicais ou com a inclusão desta palavra em várias expressões populares.
Independentemente do seu uso linguístico ou uso utilitário, na corda aprecio mais as suas qualidades, associadas à amarração, à sua resistência, à solidez e à força poderosa que supera e se impõe.
Quando se usa na simbolização da ambiguidade da relação entre duas pessoas, no sentido figurado podemos criar comparações entre as palavras "corda" e "amor" e até encontrar algumas semelhanças ou associações imaginárias.
A corda feita do entrelaçamento de vários fios, o amor no entrelaçamento da entrega incondicional e total do corpo e da alma entre dois seres, que em casos extremos origina a entrega da própria vida pelo outro, tal como a corda que rebenta no seu compromisso forte de amarrar.
Amar, é sentir cada momento como único, é inexplicável na razão da sua essência, pois não se quantifica, não tem cor ou religião, mas sente-se e vive-se com dedicação e devoção, é o sentimento transversal da adoração e veneração extrema a alguém.
Como um belo jardim de flores, precisa de ser constantemente cuidado, adubado e regado por mãos sagradas e muito delicadas, também o amor tem que ser cultivado sem pedir nada em troca, tem que ser contínuo, sempre evolutivo, é como um diamante em bruto que precisa de ser lapidado.
Quando nesta floresta densa de paixões, somos emboscados no coração com a flecha letal devemos soltar as amarras mas ficarmos amarrados pelo amor.
Liberta as amarras e solta todas as rédeas da arte de amar, beija, acaricia, envolve-te no espírito da partilha dos desejos corporais, da adoração e o prazer carnal voraz. Rasga os lençóis na libertação do apetite sexual nos momentos mais intensos e grita o amor aos quatro cantos do mundo.
Não vejas tudo que amas apenas com os olhos, mas sim com o coração, vê na tua pessoa amada o defeito de hoje como a virtude do amanhã.
É assim que te vejo todos os dias, tu és a extensão do meu destino, a minha bússola da orientação.
Sim tu! 
És isso tudo quando aprecio, saboreio e sonho sentado do alto do meu camarote do amor, mas tu és muito mais que palavras da razão.
Tu és a corda sólida que amarra a ancora da intensidade.

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