Amor proibido…
15 de Novembro, 2019
Um reino sombrio, onde não existe dia, o sol é a preto e branco, nevoeiros densos com muitas nuvens negras, rodeado por jazigos de morte e sobrevoado por corvos da desgraça.
Dizem que é maldição, outros que são os deuses a castigar a tirania sem pudor, de um rei que governa na prepotência de um assassino imoral. O seu povo sofre, os gritos de criança, os sorrisos fantasmas, as dores maléficas dos barulhos da fome, são a prova viva da brutalidade dos carrascos às ordens do reino.
A filha do rei, uma princesa linda é o contraste deste cenário, tem um olhar de ternura, uma verdadeira deusa doce da compaixão, mas que também sofre pela falta de amor.
Tem uma enorme e proibida paixão, um grande amor pelo homem que fez frente ao rei, um herói do povo, mas que acabou por cair no calabouço das torturas.
Nas bocas da povoação, dizem que ela agora vive fechada na torre do castelo, apaixonada, mas nos silêncios da solidão sem lei, um aposento frio, uma verdadeira masmorra de sonhos.
Os motins do povo acabam sempre mal, muitos são espetados na cruz, outros presos e torturados ou como bobos da corte, comidos pelos leões nos festins do reinado.
Tragédias são o quotidiano deste pequeno povoado nas montanhas virgens, onde não existe harmonia, felicidade nem sorrisos, devido à crueldade do soberano.
A princesa sofre, é uma submissa da agonia constante, ainda tem sonhos com vida, mas castrados pela ferocidade do pai. Ela sabe o que o seu povo padece, muito mais do que ela por amor, chora a toda a hora a pensar no seu amado que está preso, mas sente-se impotente às leis existentes.
É decretada a morte por enforcamento do seu príncipe amado para o dia seguinte e ela afoga-se em lágrimas de profunda tristeza.
Nessa noite recebe a visita de um anjo que lhe sussurra ao ouvido, palavras de esperança e a promessa de que se vai transformar em dia.
Cai no sono profundo e não ouve os gritos da revolta, nem sabe das lutas armadas e gloriosas da rebelião nas ruas da aldeia, que invadem o castelo e terminam na morte do rei apunhalado no seu leito.
A manha acorda com o brilho do arco-íris, com o chilrear dos pássaros, com o castelo iluminado pela luz dos anjos que tocam harpa no céu e o povo a gritar vivas à rainha.
Adormeceste princesa e acordas coroada rainha e a noite transformou-se em dia.
A porta do teu compartimento é aberta pelo teu príncipe com a chave do coração. És abraçada num entrelaçado e profundo beijo e sois abençoados pelas pétalas de rosas que são atiradas pelas crianças.
De mão dada, rompeis a varanda de sol e sois aclamados de forma entusiástica com enormes chuvadas de emoções, como futuros reis do trono, onde o amor nunca mais será proibido.
Respeite os direitos de autor.
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