Amor sem limites...

Amor sem limites...

A algazarra devia ser infernal entre os gritos de histerismo e a felicidade da multidão que invadiu em desfile a avenida principal da cidade. As gritarias estudantis, as músicas altas nos carros alegóricos, as gargantas estonteantes regadas com o álcool da praxe, não fosse um dia da queima das fitas.
Fervorosos rostos com sorrisos alucinantes, muitas doses de repelões entre a folia desmedida, e eu ali absorto do mundo. Apenas sentia os galopes dos pulos do coração na contemplação da tua imagem como se fosses um casulo de sonhos inatingível.
Um rosto divino pincelado pelas mãos da perfeição, uma princesa sensual na forma geométrica de um corpo esculpido pelos deuses da concupiscência dos desejos e que me deixou um urso babado.
Senti-me numa varanda de sol, num miradouro de vulcões contagiantes de efervescências e não consegui desligar o magnetismo do trilho de amor.
Sim amor!
Foi à primeira vista e levou o meu coração a imolar-se pelas chamas da paixão.
Imaginei em minutos milhões de instantâneos a comungar o teu corpo nu como se fosses fatias de mel num romance doce, arrepiei em visões distorcidas nos fumegantes beijos dos teus lábios sem nunca os ter tocado.
As batalhas foram bravas, duras, persistentes e tive de lutar com todas as minhas forças pela sobrevivência, como um louco amantético por uma mulher que cedo percebi ser cobiçada por numerosos machos adolescentes. 
Tatuei feridas com vida própria no corpo nessas lutas, mas consegui o orgulho de sentir o teu corpo como uma pedra quente do balcão nos primeiros abraços.
Faz algum tempo, namoramos em sorrisos de veneração, adoração e de carícias com poesias galanteadoras em montanhas de emoções. As nossas línguas degustavam sementes das árvores de beijos e delírios dos nossos orgasmos nos santuários sagrados e ocultos.
Hoje aqui estou, no altar à tua espera!
Sinto calafrios da droga do louco amor que contaminou o sangue que corre nas veias e as batidas sem freio a deflagrar foguetes de artifício dentro do ego.
Entras na igreja de forma triunfal num vestido branco imaculado, com um gracioso ramo e ouvem-se os cochichos das convidadas nas vénias a uma deusa das deusas.
A minha futura esposa!
Os teus olhos brilham e os meus galgam faíscas que envolvem o templo com a nossa enorme cumplicidade.
Na bênção do enlace, agarro a tua mão no testemunho das alianças com vocabulário de poeta, soletro afetos do cupido e exalto dentro de mim o galardão do deleite pelo fascínio idílico dos sentimentos que nutro por ti.
Não fizemos promessas, fizemos juras de amor eterno e sem limites…e serás amada até à imortalidade.

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