Sinto-me num estado febril e cansado no desequilíbrio. Com um espírito de punição pela guilhotina dos pensamentos maléficos. Ambiciono os momentos de certezas e as horas de outrora. Minha alma grita sem lucidez dos cenários idílicos. Olho-me de cima a baixo no espelho e sinto arrepios apreensivos. Assaltado e possuído nas nuvens negras do horizonte. Inanimado nas realidades sem misericórdias e sem compaixões das agruras da vida. Resta-me espicaçar minha sede nas prosas e nas poesias. Derreter os desejos aprisionados que sinto por ti. Fazer da sensação interna do inferno uma ponte de passagem para o paraíso. Quero e tenho de efervescer nas palavras o degustar de tudo que quero e sinto por ti. Deixar meus pensamentos serem consumidos nas chamas da ilusão. Morder meus lábios como se fossem teus contagiantes beijos. Deixar minhas memórias motivar e entusiasmar meu arvoredo fechado, até sentir o sol a penetrar. Invade meu corpo e a minha alma, suplico que o faças para elevar-me ao meu estado natural. Quero ver-me livre das inquietudes e fantasmas que não param de gritar. Rega-me com a gasolina do teu perfume, imola meu corpo pelos teus doces beijos. Quero sentir o teu bordel a arder em labaredas descontroladas em meu peito. Quero de volta a liberdade da inocência, sentir o retorno do cio desmedido em beijar tua alma. Respiro, sinto, palpito nas batidas do coração que bombeiam minhas veias de sangue quente. Tudo isto são as tuas ternuras, os teus afetos, o teu corpo emaranhado que arde em mim…

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