Brecha dos sonhos...

Brecha dos sonhos...

Cada pessoa tem diversas histórias de vida, algumas dariam vários filmes de romances perdidos. Os capítulos passados, podiam ser vivências intensas, de amores sofridos ou desencontrados.
Também os tive e vivi, mas é passado e agora tento sempre viver os próximos dias, com novos parágrafos exorbitantes. Os sentimentos esses estão fechados a sete chaves, já foram enrolados em silvados que picam, que traçaram cicatrizes em jogos desenrolados por milhões de beijos encharcados. A minha pele sempre amou caprichos ardentes, por isso escrevo poesias neste mundo da ilusão. Algumas com a tinta da malícia, para encantar corações entorpecidos e avivá-los para ensaios de novas ânsias de prazeres.
Não são só os meus ponteiros da vida que voam, o teu relógio também não para, dás conta disso com os anos a passarem debaixo dos pés e sabes perfeitamente que as vivências desperdiçadas na adolescência dificilmente regressam.
Pela leitura abraçaste os ecos da minha alma, como se as palavras fossem a âncora que acalenta os suspiros de virtudes e de devaneios dos amores antigos. A maturidade da idade, dá-te a noção que a timidez da puberdade, apenas trouxe amargos de boca e nunca deixou, abraçares livremente a felicidade.
As noites espelham no colchão a solidão, com as sombras dos carrascos a castrar os sonhos da juventude inacabados e fazes das minhas epopeias, a almofada para alimentares a mente. É a forma que encontraste para a imaginação transpirar suores próprios das carências hormonais e são os poemas a tábua de salvação, para a alma não afundar como o Titanic.
A noite é sombria, barulhenta, talvez ruídos escondidos das sementes que plantei pelo mundo, que germinam no teu jardim e fazem florescer livros que tocam profundamente o teu âmago.
Com a curiosidade a bater forte, a tua mente aclama o inevitável, sentes-te atraída pelo vocabulário, ele, é a canção que faz exalar pelos poros, os aromas do cio.
Sais da cama, corres pelo jardim, vês entre os volumosos capítulos da minha vida, uma clareira aberta e espreitas o paraíso em busca do meu mundo. É noite, escura, mas uma luz invade o teu sorriso, é o meu ser (Criador) a impregnar a tua intimidade pelo fascínio. Não fiques à porta desta fresta, entra de espírito livre, sem pudores, com a ambição de seres uma deusa tocada pela vivacidade do meu corpo.
A minha alma já a conheces, sentes tudo o que transcrevo neste carrossel linguístico e é dessa forma que abro para ti, excitações corporais.
Não hesites, sonha, deseja e entra pela brecha dos sonhos.

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