Ano 2022….

Ano 2022….

O planeta terra gira diáriamente à mesma velocidade, mas o mundo caminha para um abismo carregado de valas, onde se enterram constantemente os sentimentos sagrados.
Não falo da pandemia mortal, falo das relações humanas, que encobertos por sorrisos de solidariedade, são falsidade para um jogo mortal da humanidade.
Somos constantemente distraídos, com notícias plantadas ao sabor dos silêncios mafiosos, dos que se alimentam da moral desvirtuada e que insistem em passar-nos atestados de incompetência.
Vivemos tempos difíceis, de amizades frias, de ouvidos moucos, de práticas obscuras, num piso escorregadio e a um ritmo desenfreado para precipícios de feridas de morte.
Não quero ser a “voz” que vocifera desgraças, mas a verdade é o caminho mais fácil para encontrarmos as chaves da amizade.
Talvez sejamos um barco à deriva no mar das tormentas e ao leme sinto-me um poeta desgovernado na ilusão da felicidade comum.
Nesta caminhada para as escadas giratórias do purgatório, não estou distraído e não quero, nem é comparável com os vagões dos comboios carregados de judeus para os campos da morte, mas os pensamentos nas “mentes brilhantes”, hoje em dia andam estranhos.
Falam do clima, das alterações climáticas, dos perigos dos demagogos, dos populistas, dos autoritarismos, mas esquecem-se das alterações nos corações humanos.
Não será uma ameaça muito mais feroz este perecimento dos corações?
Pode ser uma ideia macambúzia, mas se fosse possível fazer biópsias aos sentimentos escondidos nos corações da humanidade, iríamos encontrar muita podridão, falsidade, ganância e ódio.
Paremos para pensar, com as nossas cabeças, sem influências dos totós engravatados, travestidos de grilos bem falantes que aspiram os sonhos dos outros e espalham o esterco da discórdia e da cólera.
O mundo cada vez mais nos chama, loucos, porque é dominado por misantropismos e o inferno está cheio de anúncios da desgraça, com o diabo à espera das almas perdidas.
Pode parecer tontice da minha parte, estas palavras que escrevo, mas são lidas por mim nos rostos pálidos, que estão a desfalecer pela falta das sementes com vida.
Não visto as vestes do ilusionista dos desejos, dos prazeres, mas tento transportar comigo a sacola das ternuras, do carinho, da partilha e continuarei a cantar poemas ao coração, nem que as cordas vocais arrebentem, até todos sofrermos de overdoses de Compaixão.
Há algum problema se lançarmos borboletas à natureza e formos possuídos pelo Amor?
Talvez só dessa forma continuaremos a ter Fé e Esperança para um Novo Ano 2022, com Amor.
Sejam felizes…  

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