Carta no peito…
No refúgio da agitação, medito na acalmia aprazível da sala das libertações supremas do Planeta Azul. Abstratizado encarno como se fosse um buda na contemplação mental, não do estado Nirvana, mas sim na reflexão da nossa vida vivida a dois.
Adormecido na carne, mas introspetivo na mente recordo como se desejasse viver tudo novamente desde o dia em que te conheci.
A tua doçura sedutora cruzou o caminho do galanteador e foi nesse momento que ambos fomos abençoados no cupido.
Tua beleza mantem-se, mulher de sorriso nos lábios, de cabelos longos e soltos, teu corpo faz raiar o sol nos olhares masculinos, mas és minha de corpo e alma.
Teu interior é de difícil descrição nas palavras, nem um juiz ou padre das confissões o consegue definir, porque és tudo e nada se vê.
Simplesmente se sente!
Sou eu que nas viagens dentro de ti, convivo com o teu odor cravado na minha pele, desfruto dos teus sentidos, das salivas trocadas, dos momentos de loucura na paixão que nos fez romper os selos lacrados do amor que sentimos.
Minha deusa, minha musa inspiradora para todo o meu sempre, dos momentos comoventes, dos pequenos gestos no simples entrelaçar das mãos, dos choros chorados das saudades mesmo nos períodos rochosos e intrincados.
Cada cantinho do meu mundo está entranhado por ti, pelos teus beijos, do vicio das tuas bagagens carregadas de afetos como se fosses tu própria um poema límpido e cristalino do amor livre.
Relembro as horas que ficava a olhar teu sono angelical, o afagar de tuas nádegas com doces beijos como se fosse o sentinela da floresta mágica.
Desde que te vi absorvi teu interior, tua voz vive dentro de mim, meu íntimo é testemunho dos momentos que mergulhamos na cama, dos lençóis rasgadas pelos brindes consolados, pelo degustar das loucas devoções e venerações apaixonadas.
Arrepia só de pensar nas envolvências íntimas, nas chagas marcadas na carne pelo culto da sexualidade intensa, nos milhares de beijos dados em teus pés sempre com a sensibilidade de poder um dia morrer de amor.
Tu és a casa do meu botão, a labareda da minha chama, as algemas da nossa privacidade, a luz do desnorte da solidão, o medrar da nossa paixão.
Carrego ainda as lagrimas derramadas nas situações de dor e sofrimento infringidas nas tuas memorias do teu mundo, mas transporto nas veias a universalidade do teu encantamento.
Cada palavra, cada frase trocada nos nossos olhares de paixão está armazenada no meu coração, não as vês, mas podes sentir sempre a cada instante nos carinhos e beijos que te dou.
Pelo descritível e indescritível que sinto por ti e sei que sentes por mim, por mais eloquentes que sejam as empatias e osmoses entre nós, escrevi esta carta aberta que cicatrizo no peitoral.
Todo este uníssono romance está tatuado no meu peito, como juramento do amor e não haverá nada tão forte na vida que apagará este manuscrito do teu eterno criador de desejos.
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