Colecionadora de brinquedos…
19 de Abril, 2020
Adentraste como todas as outras estrelas pelos portões dourados do Planeta azul, batizada na pia celestial e registada como deusa no grande livro sagrado. Cumpriste todos os rituais, entraste e nunca mais sairás do coração do Criador. Aqui neste paraíso cada diva é livre na felicidade de sonhar, desejar e acima de tudo de ser amada.
Neste período de isolamento em cada aposento, as mordomias, as venerações são constantes com a visita dos anjos, conforme os segredos suspirados. O teu sei bem qual é, sempre foste uma sádica, perversa com a obsessão pelo magismo dos objetos sexuais. Cada um possui a sabedoria tatuada das diversões das tuas hormonas femininas, é com eles que brincas sem vergonha, nos impulsos loucos de excitação e descrevem pormenorizadamente os capítulos do livro, no teu diário.
És viciada, na devoção da intimidade, pelos instrumentos carregados de entusiasmo, uns demónios diabolizados, que afagam a embriaguez das carências físicas e atiçam ainda mais a imaginação da incubadora maníaca.
Incumbi o querubim tentador, de levar um presente especial, com uma mensagem provocadora, imoralidades para uma espiral de fantasias à distância nesta noite.
Tens nas gavetas centenas deles, etiquetadas por tamanhos, cores e feitios, mas este não faz parte da coleção, um vibrador cujos impulsos são controlados por telemóvel.
No silêncio, deitada nua na cama, rodeada de velas, as chamas são os aplausos, libertas os pássaros voadores das ideias vulcânicas e os espíritos masoquistas. Chupas, lambes, salivas, engoles numa devoção insolente cada contorno cilíndrico, invades o convés anal com um plug e enterras na vulva o brinde recebido.
No miradouro dos pecados, pela app comando os arrepios, exporto luxúrias, excessos, bondage de loucos para uma mentora insana e alterno as vibrações de um a cinco lentamente, sabendo que nas entranhas da pele adoras velocidades vertiginosas.
Já ouço os gemidos, imagino cada oscilação palpitante, as loucuras frenéticas do clitóris, a boca, os seios, tudo fervilha em ti. Soltas labaredas a cada aceleração, as mãos agilizam mais as vertigens, gritas tentações mais perigosas e levo ao nível máximo, cinco.
Perdes a lucidez, esperneias, latejas, contorces, retorces o corpo, escorres suor como uma égua galopante e berras, insaciada mesmo com múltiplos orgasmos.
As velas soltam flamas de deleitação, os espelhos partem com estrondo e provocas um sismo no mundo.
Arrebatador e brutal!
Noite anestesiante, bizarra, tórrida, infinitas profanações dos orifícios do prazer e um imponente brinquedo novo na coleção.
Respeite os direitos de autor.
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