Sabes que nunca mas mesmo nunca escrevo as palavras em vão e mesmo quando as solto e liberto ao vento, todas as letras que compõem as minhas frases vem sempre sopradas do coração, recheadas de sentimentos e sonhos criados pelos desejos.
Nunca digo nunca, mas tudo que te disse e digo sabes que são palavras puras, amáveis com imensa ternura, mas cheias de malícia erótica que invadem teu corpo até aos ossos.
Tu sabes como defino meu planeta azul, nunca te menti, ele é mesmo assim porque é dominado por mim, pelo meu sentido romântico apurado e puro, embora por vezes pelo erotismo das fantasias incontroláveis do criador de desejos.
Por isso te pedi a mão para vires comigo para o Planeta Azul, mas avisei que depois de passares as portas não tinhas regresso, apenas terás liberdade para viver a vida com intensidade, com felicidade, alegria e onde poderás criar teus próprios sonhos.
Agora que entraste e bebeste o sangue quente do criador, és submissa aos meus desejos e aos teus sonhos sem limites, por isso aqui todos os dias são suaves, fortes mas muito intensos.
Neste planeta azul existem várias divisões conforme os sonhos e as intensidades criadas e desejadas, umas feitas de paixão em que nossos corações de fundem num só, outras de sensibilidades do endeusamento do êxtase dos deuses ou deusas encarnadas e outras enfeitiçados de erotismo rodeados dos espelhos maléficos da luxuria carnal.
Hoje é o dia do teu batismo da tua praxe, por isso sente o som estridente das trombetas das boas vindas, sente o calor do teu sangue a efervescer, sente o veneno puro das alucinações ternas e sensuais, sente esta cerimónia da mitologia sagrada na tua purificação.
É no grande livro do altar das portas de entrada que todos que entram se registam pelo seu novo nome, por isso te batizo como Hathor, uma das deusas mais veneradas, a deusa dos céus, da alegria, do vinho, da dança e da fertilidade.
Tua beleza corporal é agora toda despida de tuas vestes, o sol que trespassa pelos grandiosos vitrais iluminam cada poro de tua pele reluzente, as trombetas calam-se e dão voz ao rufar da divinização dos tambores e despida sobes os degraus divinos até meu leito perfumado que irá embriagar todo teu corpo e alma.
Tudo em ti é beleza, de uma limpidez corporal que ainda sinto o cheiro da virgindade dessa tua vida de castidade sana, mas aqui depois da minha veneração serás para sempre impura nos nossos sonhos, através das poesias lidas em voz alta em nossas orações diárias.
Deitada e completamente nua, percorro teu corpo de beijos construídos de meiguice, de lambidelas doces e aveludadas, nada fica por tocar em teu corpo, sinto todo teu arrepiamento involuntário sinônimo do prazer absorvido de tua alma, soltas os gemidos da divindade sagrada da volúpia numa osmose perfeita com as vibrações dos tambores.
Neste harmonioso cerimonial, chega o momento da praxe final, nossos corpos escaldam e fervem de desejo carnal, teus gemidos, teus bicos e teu corpo todo ele tremulo, sentes o desejo e avidez de meu membro ereto pronto para desflorar teu clitóris intacto.
Rego teu corpo com o vinho da imortalidade, ambos o bebemos no beijo entrelaçado e é nesse momento que sentes o romper do hímen vaginal, que neste ritual feito de misto de dor mas de prazeres ilimitados na sua intensidade e grandiosidade, soltas o líquido da tua ejaculação que se mistura com meu leite da fertilidade.
Purificada das maleitas incuráveis, das mentes corruptas, das falsidades e invejas insanas do teu mundo, mesmo embriagada pelo êxtase, será aqui no Planeta Azul que serás eternamente apaixonada pelo fascínio do Criador dos Desejos.

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