Desejos do coração…

Desejos do coração…

Sinto nos dedos o impulso da escrita, no sangue o jubilo da partilha, no consciente o perder da realidade.

Posso ser um sonhador, um romântico sensível, por vezes um mistério para a minha própria razão, mas um apaixonado pela vida que sente no coração as tuas mágoas e tristezas pelos beijos e sonhos roubados, pelas dores e liberdades perdidas.

Idealizo e navego em sonhos, distribuo desejos plantados no teu encanto, ofereço magia das flores virtuais que se transformam em perfume autêntico, arquiteto sentimentos exaltados de excitações por vezes impuras, mas sempre com a doçura afrodisíaca da sã candidez.

Sem preconceitos de supremacias, de liberdades ilusórias, mas com a minha humildade sabedoria, quero presentar-te a ti mulher divina, que andas perdida no caminho dos sonhos, no olhar do abismo constante dos reflexos do espelho de teu quarto.

Imprimo no meu peito, a senha da admissão ao sorteio realizado pelo anjo do paraíso, que na tua sorte da contemplação sentirás o súbito enlouquecimento da paixão afiada em teu iludido coração.

Queres disputar o lugar do prazer, queres afogar-te em agitações que te rasguem a alma, desejas incendiar o fogo esmorecido, mas esta é a única forma de descobrires o feitiço do amor, o aprisionar de alguém e seres amada.

Na ânsia de seres contemplada na fantasia, corres como uma gazela na luta pela sua sobrevivência, disparas o gatilho do teu corpo e abraças o meu em beijos amassados.

Empurrados pela tua impetuosidade e disposta a tudo nesta batalha, caímos em campo macio e perfumado das rosas, um lugar sem espinhos que nos acolhe despidos das vestes e da razão.

Viajo a língua pelos teus seios como se fossem uma fonte divina, percorro minhas mãos no tatear da tua pele que se empolga nos arrepios da emoção, toco teu clitóris com pincelar de meus dedos, sinto nas costas o laminar das tuas unhas, a tua boca na busca alucinada da minha.

És a minha deusa a musa inspiradora, a mulher dos meus gemidos na privacidade esgotada, gritas palavras arfadas de confissões inconfidentes, suplicas que invada teu corpo sem escrúpulos.

Penetro tuas portas abertas, sinto o apoderar de teus sonhos, de tua alma inquieta e apaixonada, gritas o amor aos quatro ventos e sentimos a apoteótica glorificação pela imolação dos líquidos do jubilo dos sexos.

Aconchegados pela realidade dos sonhos e desejos, ficamos hipnotizados no bater poético de nossos corações.

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