Namorados enamorados…

Namorados enamorados…

Faça dia ou noite, o mundo é redondo e gira em torno do sol. Os meses do ano são como uma viagem de memórias das nossas vidas, mas são os sentimentos que florescem em nós que perduram para sempre. Sou um poeta sonhador no amor por ti, deusa mulher, para mim, és uma verdadeira escultura de arte perpetuada nos santuários mais divinos e indefiníveis.
Hoje celebramos a partilha de sonhos de veludo regados e impregnados pelo sentimento mais nobre, o amor. Não é apenas mais um dia, mas sim um novo dia, um renovado ciclo nesta continuidade da osmose entre nós dois.
Faz muitos anos que nos conhecemos no jardim dos namorados, ainda hoje esse local é a nossa pia do batismo e continuamos lá a jogar ao casino de beijos. Genuínos, voamos em unicórnios, criamos na relação inspirações excêntricas, embalamos as nossas poesias e ficamos contaminados pelo fascínio da essência um do outro. Eras uma menina vestida de anjo, que fez arrepiar as paredes do estômago, bati asas como uma gaivota carnívora pelo teu corpo e perdi-me sem controlo na forma como autografei a tua alma.
Sempre usaste perfume picante, ousadia arrasadora, uma roleta russa de vibrações e surpreendes incessantemente nos convites ao glamour. Memórias marcantes, quando falamos sem freio na inauguração do nosso íntimo, mergulhamos na pele, nos poros libertadores das ternuras suadas, na boca seca pelas línguas entrelaçadas até ao clímax. Uma sinfonia musical nas batalhas viciantes na cama, no camarim do sexo, de olhos vendados, de mãos algemadas, no fantasioso mapear dos corpos na privacidade acolhedora das nossas cumplicidades.
Estar a teu lado é um sapateado constante de palpitações, uma galáxia de sonhos iluminada pelas lanternas da excitação, um verdadeiro conto de fadas ovacionado pela tua beleza, onde os olhares são malícias de dialetos de amor.
Contornamos as regras com sopros de afetos, sussurros meigos, acenos das artérias molhadas, invadimos os juízos dos santos pecadores e benzemo-nos com a água benta dos orgasmos autênticos. Não consigo transpor em palavras as sensações e sentimentos daquilo que vivenciámos neste palco sem cortinas, onde tu és o fósforo que propaga a imolação do coração em amores.
Ainda hoje sinto a tua constante exploração do buraco do ozono do meu coração e deixas o meu corpo a falar por mim sem eu dizer uma única palavra.
O sol está ardente, as almas carentes, os corpos ferventes, os beijos abrasadores e ficamos a baloiçar eternamente na arte de amar. É nesta colmeia de vícios, neste cesto de ternuras, neste baloiço dos nossos corações, nesta euforia das poções mágicas dos pontos nevrálgicos que continuamos namorados enamorados um pelo outro.

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