Dia dos namorados...

Dia dos namorados...

O tempo voa, mas não tem asas. Tu lanças labaredas e não és fogo.
Tudo se iniciou há muitos anos atrás onde começamos a construir esta estrada do destino a dois. Éramos apenas uns miúdos nas suas brincadeiras cândidas, mas os olhares libertavam carinhos.
Para nós o mundo eram arco-íris, eram estrelas brilhantes no céu, eram sorrisos da lua.
Uns meninos sentados nas nuvens, mesmo sendo tudo muito ingénuo, trocámos sussurros românticos que aos poucos foram criando sensações estranhas.
Os dias foram passando, as sensibilidades foram vibrando dentro de nós, os corpos foram sentindo a ternura do tato, até aos lábios se tocarem. Os suores começaram a ser calorosos, as propostas mais atrevidas, as caricias mais íntimas. Tudo foi iludindo os corações até descobrirmos o feitiço do amor.
Crescemos dentro do frasco de perfume cada vez mais ardente, bebemos nas colmeias de beijos com as línguas de fogo, abrimos confissões com ideias pulsantes até cairmos no paraíso dos prazeres.
Contámos os astros, mas com devoções descontroladas, olhámos o mar dos nossos castelos de areia com os sexos dançarinos. Ficamos com os espíritos ousados, seios imorais, estocadas profundas, poros ardentes, lambidelas desenfreadas, sinfonias de gemidos e orgasmos em músicas poéticas.
Perdidos nos sonhos dos vulcões com aromas florais, trocamos devoções invejosas na sedução dos arrepios interiores do coração. Tudo canções de embalar nas exaltações da felicidade, foram escrevendo páginas de vida.
Orbitamos no espaço, voamos nos olhares aveludados conduzidos pelos teus lindos olhos verdes e passeamos de mão dada como dois cordeirinhos.
Criamos nesta simbiose momentos arrebatadores e acabamos por abraçar de peito aberto o amor e o respeito mútuo.
Hoje, manténs o teu ar angelical, a meninice da tua pele suave e continuas a ser uma criadora de novas dimensões. Eu, um amante convicto, um guerreiro guardador do cofre da paixão, um moinho de turbilhões nas emoções ao vento.
São muitos os instantes espelhados nos espelhos, as loucuras visíveis nas sombras, as pegadas trilhadas na cama, por isso ainda namoramos, por isso ainda nos amamos.

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