Diferenças iguais…
14 de Maio, 2024
Acordei com vontade de libertar os estados de alma do isolamento e visto-me de filósofo despenteado, mas com dúvidas na alma.
Espreito pela janela, um dia frio, com a chuvinha disfarçada de primavera.
Tomo o café e sentado, a olhar lá para fora, imagino coreografias apelativas para raciocínios filosóficos da mente. É a necessidade interior de escutar sensações dos pensamentos para além das alcançadas pelos olhos.
Talvez esteja a perder o tino, mas vejo ao longe um mundo cão, com muitas transgressões de morte e alguns desesperos mentais.
Parecem cenas de filmes, sem classe, a precisar de novos títulos e principalmente de novos atores.
Uma diversidade humana, em que cada um julga que o outro é que é diferente, pela negativa. Afirmam que é a ovelha vestida de lobo, ou o lobo vestido de cordeirinho.
Uma multidão, que se encobre por chapéus de chuva invisíveis, como se fossem mascaras, deviam ser para proteger da chuva, mas são uma subcapa para encobrir personalidades. Dezenas, ou talvez centenas deles, podem ser todos das mesmas cores ou até multicolores desiguais.
O diferenciado serei eu? Será algum infetado? Ou serão todos os outros os dissemelhantes?
Não sou oficial de justiça para julgar e também detesto falsidade dos amadorismos franciscanos.
Todos temos telhados de vidro na diferença, nem todos viajam no comboio da alegria, pois vivem traumas, violências de infância e não são capazes de enterrar depressões.
Numa nova tentativa de visão diferente, tapo um olho, tento admirar tudo de novo ao longe, mas os ventos são estranhos. Ouço cavalos brancos destemidos em fúria, pressinto corpos de modelos perfecionistas e rodeado de olhares assustadores, prefiro abraçar os anjos com asas negras.
Será que estou a ver pelo olho furacão? Ou será a humanidade numa ebulição furiosa?
Por que teimamos, por que guerrilhámos e insistimos na pena capital de culpar, apontando o dedo ao outro? Por que não nos amamos verdadeiramente uns aos outros?
Interrogações, desafios que lanço ao infinito, talvez sejam fúteis, mas prefiro amar, mesmo aqueles que não tem diferenças iguais.
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