Eu acredito! E tu?

Eu acredito! E tu?

Parafraseando um pequeno excerto duma música dos anos 80, do grupo Jafumega: “A ponte é uma passagem para a outra margem”.
Só que essa ponte como todas as outras têm o início, o meio e o fim. Uma linha que separa um lado do outro, onde não conseguimos ou pelo menos podemos divergir em definir com exatidão científica o sítio exato de cada dos pontos.
Antes dela existir, de ser construída, os nossos antepassados não ficaram imobilizados cada um na sua margem. Conseguiram com muito empenho, sacrifício granjear a travessia, embora muitos tenham morrido.
Do suplício dessa fase, existiu a inteligência, a mudança de comportamentos, a exigência diária para tudo ser mais acessível.
Paralelismos que trago com a situação atual, dum mundo global, que no abstrato ficou confinado ao espaço reduzido de uma pequena lâmpada.
Nela não se perdeu o brilho, existe luz e será a magia dela que iluminará a escuridão das sensações estranhas de ansiedade que sentimos. Impuseram modelos de sociedades com paradigmas, que nós próprios absorvemos como ideais formas de vida, de viver num consumismo exacerbado e que agora caímos quase descalços da alma em desafios e vaticínios carregados de dogmas.
Tudo era indispensável, mesmo as futilidades e se o roto cruzar com o nu vai opinar que lhe falta um botão. Falo em sentido figurado como é óbvio.
A mudança de comportamentos, carregando dentro do ego, estigmas pesados no futuro, mas que devemos nesta comunhão distanciada lutar contra o pânico, pois monstruoso é se tivermos medo do medo.
Saímos da margem, estamos a meio do percurso, de mãos dadas virtualmente, unidos pela força da mente, com fé inabalável e saberemos de certeza arquitetar o que falta desta ligação com o dia de amanhã. Um dia novo, não com a ânsia, a obsessão por alcançar a perfeição das coisas materiais, mas dos sentimentos que deixamos morrer com as ganâncias, a deturpação que tem destruído a parte espiritual e física de milhões de seres humanos por pequenas franjas.
Sou apenas um comum mortal, um humilde cidadão, com imperfeições, pecados, apaixonado pela coisa única que chamamos, VIDA.
Posso ser utópico, visionário de sonhos dum mundo melhor, onde cada um não é “um”, é “nós”, com diferenças sadias, tolerantes na partilha, cúmplices na amizade e fraternidade.
Depois desta guerra invisível, que seja realmente visível o sentimento do AMOR.
Eu acredito! E, tu?

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