Preliminares acesos...
28 de Abril, 2019
Agora sopram ventos de frio e as chuvas já não são tropicais. Os climas divergem, mas os corpos adaptam-se aos sopros dos carinhos e às tempestades do cupido.
Sobrevivências dos sussurros de conversas, das ansiedades quebradas que movem ilusões entre nós. Coisas ocultas da nossa intimidade, mas que partilhamos entre quatro paredes.
Tem momentos que parecemos duas mentes com a bebedeira do cio, que desejamos lugares proibidos semeados de loucuras nas nossas estufas e sempre com vontades não quantificáveis em maximizar as nossas envolvências.
Ligamos os holofotes do nosso quarto, abrimos as janelas aos anjinhos do prazer, tiramos as trelas às orquestras dos mil instrumentos e escancarámos a cama.
Somos de espíritos abertos, não limitamos nada com portagens, apenas narramos um ao outro poemas de amor.
Tu és o pomo que seca a boca. O teu corpo são cardápios de malícias que quero sentir no palato.
Eu sei que sou único para ti, sou aquele que consegue impregnar a tua cascata em humidades pelos sumos do teu fruto. Dizes que sou escorregadio, que derreto arrepios e que os teus poros são as tatuagens das minhas impressões digitais.
Mas tu és a sedução nas tuas curvas acentuadas, és a emoção nos teus lábios que cantam atrações às intimidades de carícias.
Aqui estamos de olhares revirados apenas pelos furores dos nossos cheiros, pelas luzes cruzadas dos corpos oferecidos a devoções.
Tocamos um, no outro.
Os teus dedos são aveludados, a boca uma gaiola aberta à saída da língua para beijos de rodopios ardentes. Acolhedores os teus seios imorais de mamilos carentes, mostram o quanto estás permissiva e deixas ser toda sorveteada. Tiro a tua única peça íntima, ficas de calcinha caída e obstinada agarras o meu pássaro com as asas já abertas.
Abocanhas como se fosse a bênção da hóstia, esfregas pelos lábios sem vergonha enquanto chupo os teus dedos e beijo a nuca. É o fervilhar pulsante a dois que atiça lambidelas, a beijos no ventre e chupões nas peles suadas.
Perdidos e ávidos de prazeres, fazemos uma corrida paralela na posição 69.
Sinto os afagos nos sacos genitais, o teu engasgar nas incessantes mamadas, enquanto serpenteio os teus buracos com palavrões voadores bafejados pela língua descontrolada, que até o teu esfíncter solta sorrisos de tesão.
Não caímos nem parámos, mas tudo o que se passou a seguir não existem palavras no dicionário para descrever os tórridos preliminares acesos.
Respeite os direitos de autor
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