Fantasias pecados...

Fantasias pecados...

A vida é feita de encontros e desencontros, de amores e ódios. A nossa tem sido de cumplicidade na sedução das emoções das palavras trocadas entre as nossas almas. Os corpos esses nunca se tocaram, mas temos momentos em que os calafrios das vibrações hormonais sacodem intensamente os nossos desejos mais promíscuos.
Faz tempo que entraste neste planeta azul pelos portões dourados e vives desde então no limbo das vergonhas encobertas com o desejo de seres sacrificada nos prazeres como um cordeiro.
Tu sabes o quanto escrevo na pele das estrelas com a caneta dos sentimentos mais nobres, sentes a forma como as deusas mulheres saltam nos trampolins deste chão sagrado, inebriadas pelo desejo de serem submissas do Criador. Sentes tudo de forma ciumenta, dentro de ti os sonhos são almanaques vivos de pensamentos pecaminosos, onde o teu corpo é um dinossauro esfomeado e morres na ânsia de tourear o touro (o meu vigor).
Ultimamente tudo em ti são sinais de entrega, silêncios nevrálgicos dos barulhos do cio, chamamentos de atenção, pensamentos ruidosos, aparências que falam.
Quando cruzas por mim, sinto o teu coração apertado, com mistérios escondidos dentro do peito e um olhar de goraz. Ouço o fervilhar do turbilhão dos teus neurónios com desejo de subires comigo no elevador do inferno e pecar.
Fazes na privacidade do teu quarto, pinturas de guerra das vitórias inglórias nas paredes e jogas forte nas emoções e vibrações do teu íntimo. Os teus dedos são os anjinhos do amor que mapeiam o corpo nos buracos do prazer, os bicos mamários, esses arrebitam na dureza com os gritos e gemidos na lápide dos delírios. A noite é severa e nadas na piscina dos orgasmos obtidos pela tua satisfação a sós até caíres no cansaço mental.
Num ato de desespero fatal, vestes o hábito religioso, uma crente, mas atraiçoada pela intrínseca vontade pecadora.
Perdida no convento, entras na magnificência da igreja onde foste batizada por mim, como todas as outras e a cegueira da tua compostura é total.
Lá fora ouvem-se os cães a ladrar e a zoada do vento forte. E, cá dentro os reflexos das sombras das velas, os arrepios do medo pelos olhares satânicos dos santos nos altares, as pedradas na pia da água benta e os gritos nas goelas das promessas nas caixas de esmolas.
Descalça rompes pelo corredor central, deixas cabelos pelo chão como sinais do teu destino, galopas hipnotizada a rebate pelos sinos da paixão e cais de joelhos no confessionário.
Vens sem cuecas porque sinto o odor dos ardores do teu clitóris e esbaforida em suores dos banhos na tua libido.
Peço para soltares as correntes de ferro que toldam as tuas coradas vergonhas e cais em confissões avassaladoras de todas as fantasias de pecados. És absolvida e redimida pelo Criador em cada castigo na intimidade mais promíscua da nossa satisfação carnal coberta pelo manto do diabo.

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