Fantasias reais...

Fantasias reais...

Mergulhamos num vazio, adormecidos no ciclone de precipícios e inundados por um dilúvio de medos. Foi como entrar num labirinto escuro, seguirmos a luzinha da pequena lanterna, como se ela fosse o guia, sem nunca conseguirmos encontrar a saída.
Perdemos, horas, dias, meses, mais de um ano das nossas vidas, dos nossos prazeres, das nossas loucuras de loucos, tudo devido à pandemia.
Sem a envolvência física, tentamos construir novas formas de prazer, na expetativa de acender fogueiras.
Abrimos as janelas virtuais, trocamos mensagens, recriamos momentos únicos despidos de loucos atrevidos. Cada palavra que partilamos, cada pestanejar, trazem memórias impregnadas de pecados sadios.
Todos somos santos até conhecer a tentação e depois acabamos com os pensamentos viciados e perseguidos pelo demónio.
Lembro do dia que espreitei pela primeira vez a tua alma e senti o doce coração. Os olhares foram a faísca no feno, despertaram a obsessão pela adrenalina, caímos na cama como se fosse um ninho de cobras e comungamos as excitações até matar o tédio.
Educados, mas imorais…
Num mar de beijos que despertaram a paixão, senti a tempestade das loucuras da tua boca, o lado insano, obscuro, fez de mim um troglodita assanhado.
Surgiste como uma epifania espiritual, com o corpo desnudado sem tabus, com o rosto corado e os poros da pele a exalar desejo.
Fecho os olhos, abro a alma e sinto-te colada a mim.
Penetrar a vagina apertada, foi entrar no paraíso cheio de labaredas e no traseiro fiz muito amor safado. Ainda sinto na ponta da língua o empolgamento do clitóris, o vibrar salgado, os seios efusivos, só de pensar, sou corroído pelo apetite voraz e tenho de acorrentar o pénis endiabrado.
Nada acontece por acaso, és lembranças de amor, de transparência apaixonante, de sussurros de excitação, de prazeres que ainda enlouquecem o corpo e a alma.
Marcantes momentos, selados pelo derrame dos líquidos dos prazeres perfumados, tudo lembranças de fantasias reais…

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