Floresta viva…

Floresta viva…

As imponências do reino não são apenas mitologia, mas sim puras verdades. Tudo que se diz são vozes enormes nos tamanhos dos ecos.
O rei um poderoso na razão e respeitado por todos. Uma figura que qualquer um se ajoelha na sua adoração, pois todo ele é bondade. Mas no que respeita à sua filha, a princesa do condado a sua atitude muda para um homem feroz. Um possessivo pai, na sua única filha, uma verdadeira imperatriz de magia no seu perfume. Ela é a ternura, o deslumbre, a euforia, as serenatas de poesias e versos dos trovadores de todo mundo.
Todos a desejam no silêncio, mas sempre escondidos no medo das barbas do rei.
Sou apenas um cavaleiro, um príncipe amador da ilusão dos recantos do amor, mas também um criador de desejos.
Sei que foi tudo muito vazio, mas ambos usufruímos dos olhares trocados, como se fossem uma excursão romântica, quando nos cruzamos a cavalo na entrada do castelo. Mas nesse momento senti nos teus olhos de água cristalina uma fonte de desejo, talvez fantasia minha, talvez.
Ao longe vejo tuas vestes ao vento, a beleza dos teus cabelos loiros no brilho do sol da madrugada. Sais sozinha do castelo no teu lindo cavalo branco. Não tens medo de ser sequestrada no teu corpo, mas talvez desejes ousar ser prisioneira de paixões.
És mulher que simboliza o espelho da coragem e faço dentro de mim inocentes perguntas ao meu coração.
Ele bate forte e responde: Não sejas refém da paixão.
Entras na floresta do condado e sigo as pegadas dos caminhos da tua solidão.
Tudo se torna pitoresco, um cenário idílico onde dois figurinos solitários recriam pinturas de emoção. Meu cavalo segue o trilho dos cascos mágicos do teu e quando já estamos impregnados no interior do bosque, soltas um espasmo de assustada.
Desço do cavalo e ajoelhado perante súbdita majestade, apenas digo: Um humilde servo às suas ordens alteza.
As minhas palavras foram acolhidas como um espelho de glória marcados e entranhados no teu olhar de beleza pensadora sem receios e medos. Pedes para ajudar a descer do cavalo, que na minha bravura sinto o consolo do teu corpo a desejar abraços.
Tudo de repente se torna mágico, as folhas soltam aplausos, as arvores brilham como se fossem candeeiros da felicidade, as luzes entre o arvoredo trespassam almas na sua limpidez e os pássaros chilreiam em redor de nossas cabeças. Um momento iluminado que despertou as duas consciências para um beijo cremoso. Sentimos os lábios a derreter e os pensamentos desta floresta viva.
Foi o início duma paixão ardente de duas almas gémeas, que fez de mim o príncipe de encantar e de ti a princesa da luz de ser amada.
Apaixonados, todos os dias fazemos o nosso rascunho do tempo e tatuamos em cada dia uma nova arvore com o símbolo do cupido.

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