Furacão de violência...

Furacão de violência...

O azul do céu, o verdejante das montanhas, a cristalinidade dos mares, os aromas da harmonia, os sorrisos das crianças, podiam prevalecer neste mundo mágico, a que chamamos terra. Os sentimentos deviam ser divinos, de compaixão, de carinho, sem rancores, ou cóleras entre os humanos. O mundo seria maravilhoso se fosse semeado e regado com as sementes da partilha e do amor.
Seria, podia, devia, carecia…
Mas a triste realidade é que a ganância dos juízes perdidos pela loucura, persistem nas palavras de ordem miseráveis e que transformam este paraíso terrestre, numa casa de horrores. Não sei se são frustrações de loucos, ou de primitivos sem cultura, do conhecimento das histórias de guerras passadas, que ceifaram milhões de vidas humanas. Uma coisa sei, são como cães bárbaros, sem temor a Deus, ocos de sentimentos, que famintos de glórias mórbidas, vivem com as mentes distorcidas e enclausuradas num bordel de alienados.
Onde está a justiça? Para que servem as leis internacionais?
A resposta é simples: estão no fracasso das Nações Unidas, na impotência dos corredores da decisão, corroídos pela corrupção.
Infelizmente somos marionetas perdidas num abismo, destes otários, que se alimentam das retóricas do confronto, ávidos de troféus no purgatório dos cadáveres.
Esquecem-se de que a vida deles também é efémera, não é infinita e que levarão a sua alma manchada eternamente, com os pecados mortais sem perdão.
Transformaram o dia em noite, o sol em labaredas do inferno, o perfume num cheiro intenso de morte, o amor num matadouro lavado pelos rios de sangue das lutas cruéis e no baloiço da prosperidade, colocaram os crimes horripilantes da matança.
Somos loucamente desgovernados, pelos atos estupidificantes da guerra, que massacram as almas vivas com uma frieza despiedosa e sem escrúpulos. Destroços de vidas, de olhares moribundos, de amarguras inesquecíveis às memórias, de sorrisos castrados às crianças, tudo bombas-relógio para fomentar a mais ódios futuros.
Biliões e biliões gastos em máquinas e armas de guerra, facilmente transformados em ferro retorcido. Sons estridentes de mísseis que destroem num milésimo de segundo o que demorou décadas a construir, esta é assustadoramente a pura realidade.
Sentado no sofá, assisto na televisão a imagens monstruosas, que correspondem a uma ínfima gota do oceano, do sofrimento de muitos humanos e não consigo ter forças suficientes para suster as lágrimas.
Serão pesadelos, comandados pelos erros imperdoáveis dos demolidores da esperança, ou serão poemas escritos pelas armas até à extinção da raça humana?
O Santo Papa, esta semana na sua homilia, disse sobre a guerra: é um furacão de violência…

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