Lampejos de amor...

Lampejos de amor...

Já não somos meninos, muito menos adolescentes, crescemos, palmilhamos léguas na estrada da vida, mas foi o destino que preparou a forma de nos conhecermos.
Estávamos numa esplanada, ambos agarrados ao fulgor do mar no horizonte, mas a tua beleza raiou mais forte, um clarão que provocou faíscas pulsantes e deixei-me absorver pela tua beleza.
Fiquei a apreciar-te durante vários minutos e tal era a forma fixa como estava concentrado em ti, que perdi a conta de quantas voltas deram os ponteiros, mas sem desesperar, esperei que sentisses os olhares a recaírem sobre ti.
Demorou uma eternidade, já estava envolto num calor estranho, a alimentar imaginações infinitas de esperanças utópicas, até que viraste a cara na minha direção. Conforme olhaste, o rosto estremeceu, vi um ligeiro rubor de timidez incutida pela minha forma sedutora de um simples…
- Olá…
Nesse instante, talvez pela sina, os deuses alinharam-se, os ventos sopraram poeiras fortes de paixão, no céu formaram-se nuvens em forma de corações e fomos grudados pela química da atração.
Sem mentiras nos sorrisos reciprocamente atiçados, aproveitei o facto das setas do cupido estarem alinhadas e soprei palavras como se fossem músicas no ar.
- És poema, és tecedeira criativa de suspiros, só de olhar essa beleza, sinto redemoinhos de calafrios e soluços de prazer.
Cavalheiro, de forma carinhosa, envolto numa bolha de aconchegos, levo os lábios ao teu rosto, numa apresentação, com a porta aberta para o purgatório dos sonhos.
Com o brilho nos nossos olhos, fizemos da escuridão luz e abrimos as chaves do coração.
Ambos inalamos mutuamente as nossas almas, são transparentes, possuem a essência da simplicidade, o aroma perfumado a rosas e pulsam num turbilhão de ânsias, pela fome de emoções.
Os dois, com as íris palpitantes, com suores quentes e a respiração arfar, caminhamos de mão dada para o paraíso das virgens.
Decorreram anos, já bajulamos a nossa íntima nudez, hoje continuamos juntos e abraçados formamos no nosso redor uma ilha em chamas. Não estamos fugidos do mundo, o amor vê-se nos reflexos do espelho azul do céu e estar contigo é viver constantemente no baloiço da vitalidade.
Durante este tempo nunca escrevi cartas de amor, mas todos os dias sou o carteiro de beijos e vocabulários de amor.
A vivermos neste oásis de beijos, cada vez mais, amo-te agudamente e sinto-me amado pelos eternos e profundos lampejos de amor.

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