Mensagens virtuais - Quarentena.
Dias vazios, sem ecos, desejo viajar nas asas das borboletas e retirar as máscaras silenciosas dos rostos escondidos, não pelos mistérios, mas pelo refúgio das almas despenteadas.
O jantar é romântico na solidão, no teu lugar, coloco um espelho fictício, desinfetado que reflete emoções imaginárias, sorrisos contagiantes e lágrimas caídas no rosto.
Acompanho a bebida com gelo, as mãos quentes abafam o copo, os tragos flamejantes, milhões de sensações gélidas ardentes.
Privado das tentações físicas, da degustação frenética das libidos femininas, dos beijos inauditos, dos banhos disparados pelo gatilho dos orgasmos, navego em fantasias magnânimas de futuros romances.
Relaxado, alimento o espírito resiliente, abro as gavetas da lascívia, onde guardo os frascos perfumados que recebo das excelsas mulheres.
Tento saltar os muros erguidos, barreiras invisíveis pelas distâncias compulsórias e escrevo com tinta pura do âmago.
Em cada frasco introduzo turbilhões infinitos das aventuras íntimas, poemas eróticos e passaportes do amor. Cada um nesta travessia de pensamentos será alimentado pelo combustível da paixão e soprado pelos ventos utópicos.
Não precisam de senhas de entrada, são vitualhas do Criador, com luminescência para as escuridões dos armários do isolamento, até florescerem incubadoras com novas luxúrias.
Em troca recebo a bênção pela lava dos vulcões das predadoras de pecados atrevidos sem tabus, com assédios imorais pelas chaves dos corações que caem neste fértil planeta azul e serão as raízes do fruto do amor.
Nestes momentos fechados com cadeados psicológicos, subconscientes apreensivos, semeio homilias convictas de excitações, através de mensagens virtuais, para renascerem tempos apaixonantes.
Respeita os dieritos de autor.