Mentira verídica…

Mentira verídica…

A civilização humana ao longo dos vários milhões de anos, deixou colossais testemunhos da sua antropologia e da sua história, que chegam até nós com mais ou menos rigor científico e nem todos fidedignos em teorias de balelas.
Muitos labirintos desconhecidos, com contradições nas análises mais profundas, nos estudos até bem fundamentados. O que é hoje um dado autêntico, amanhã é ou pode ser um logro, que por sua vez no futuro haverá razões para outras inexatidões, não inverdades.
Estas lógicas, por vezes ilógicas, criaram tradições seculares, que tentamos manter e que algumas acabam no esquecimento, ou até morrem abraçadas às extinções de povoações, etnias e tribos.
Dizem que surgiu no século XVI, em França, brincadeiras que ficaram conhecidas como “plaisanteries”, para nós, vulgarmente como o dia das mentiras, das petas, dos tolos, da gafe ou simplesmente o dia dos bobos.
Um de abril, é o dia da sua celebração, espalhar boatos, umas chacotas, onde os gozadores ridicularizam os outros, com umas boas risadas comunitárias.
Será que tudo que é dito hoje é mentira? Meia verdade? Ou mentira hoje que poderá ser veracidade no futuro?
Incongruências de exemplos da razão, paradoxos:
- Em 2020 surgirá uma epidemia e matará seres humanos, talvez milhões em todo o mundo.
- Nas ruas vazias andarão apenas a passear de mãos dadas o Adão e Eva.
- Daremos mais valor aos profissionais de saúde que aos jogadores de futebol.
- Jesus Cristo morreu de Covid-19 e ressuscitou para demonstrar que iríamos vencer a pandemia.
- Paladinos da desgraça anunciam que teremos uma recessão económica como nunca vivida.
- O sol de dia gira à volta da terra e à noite gira o Planeta azul em redor das estrelas.
- Chegará o dia em que um abraço será mais imprescindível que um telemóvel.
- Os homens darão à luz anjos do cupido, do amor.
- A essência da existência da humanidade será baseada no amor ao próximo.
Infinitas afirmações recriadas em cada uma das nossas cabeças, sentimentos e leituras diferentes, que devemos refletir nas marcas escritas e tatuadas no caminho dos destinos.
Neste admirável mundo, também crio ilusões, mistérios em atos, palavras e omissões, que são desvendados degrau a degrau, nesta caminhada de corpo e alma, até culminar no desvendar corpóreo do Criador.
Tu em que acreditas?
Nas verdades inverídicas ou nas mentiras verídicas?
 
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