Minuto de silêncio...
10 de Janeiro, 2021
Sereia nascida das ondas do mar, deusa dos deuses do Olimpo, graciosa e imaculada. Ser divino, cuja beleza faz engolir em seco e nem precisa de expor o corpo, porque só o sorriso já é apaixonante. É poesia, doçura emocional, preconiza pecados, não para os paladares podres masculinos, mas para ser amada e respeitada sem limites. Em ti, tudo é envolvência perfumada, exaltação de felicidade, clima de romance para seres imperialmente venerada.
Infelizmente nem sempre és protagonista de filmes de amor, pois os julgamentos dos justos são muitas vezes alimentados pelos larápios de sonhos.
Nem precisavas de rótulos prodigiosos, muito menos ser aclamada rainha da humanidade, pois só a essência feminina é algo que transcende o inimaginável.
Na sociedade existem códigos secretos, que escondem silêncios de morte, com chuvas de lágrimas de sangue, cenários de terror e vidas tragicamente perdidas.
Para muitos, és mártir de desejos. Infligem castigos horripilantes, julgam que és a caixa de esmolas para estalos sem perdão e asfixiam o balão de oxigénio à última gota, até colocarem o teu nome na tabuleta da morte.
Frustrados, uns gladiadores cobardes de “merda”, que do alto das cadeiras da superioridade machista, julgam que a mulher é um crocodilo que deve rastejar humilhada aos seus pés. Com olhares ameaçadores, maltratam, mutilam felicidades, esmurram o íntimo e encharcam epidermes com nódoas negras. Os otários entesuados, através de falinhas mansas com sílabas ao vento, acabam por mostrar os dentes e espetam facas no coração, punindo sem misericórdia ou compaixão. Os violadores, essas criaturas abomináveis quando violam não se apoderam só do corpo da mulher, mas também da sua alma para sempre.
Muitas são atiradas às piranhas, às flores de pedra e transformadas em sacos de murros pelos passados da mona.
Desgraçadamente, ocorrem muitas mortes vítimas de violência, impostas pelos machos analfabetos da cama e que devem ser punidos pela sociedade e pela justiça, de forma severa desse pecado mortal.
Para elas, um minuto de silêncio…
Respeita os direitos de autor.