Encontro fortuito…

O destino reserva-nos segredos desencontrados, é como uma porta giratória em que nada acontece por acaso.
A viagem começou como uma simples página em branco, onde um acidente de carro iria mudar o percurso de ambos. Meteste marcha atrás em plena fila e acabaste por bater na minha viatura, embora essa não tenha sido a tua versão e acabamos com bocas para trás e para a frente de desacordo.
O teu ar pareceu-me duma desvairada, uma loira descabelada, com sofreguidão na forma abrupta de falar, sempre a reclamar razões. Eu, tentei manter-me sereno, escutei os teus ralhetes sem nexo e observei a tua beleza. Um figurino sensual, de lábios finos, olhos verdes, uma silhueta com contornos extremamente femininos, que despertaram na imaginação tentações perigosas no trampolim das festinhas corporais.  
Parecíamos duas abelhas zangadas, sem asas e esteve difícil chegar a um acordo no preenchimento da “declaração amigável”.
Um frenesim no meio da rua, com os olhares estupefactos dos transeuntes, na minha calma de cavalheiro, lancei um convite para um café, a fim de discutirmos de forma racional o acidente imprevisto.
Surpresa surpreendente, aceitaste e fechamos tranquilamente um acordo assinado e numa troca de olhares com magia de encantar, partilhamos o número de telemóvel. Com sorrisos abertos a viajar pelo espaço, despedimo-nos com um beijo na face que gritava um “até já”, quiçá para enredos num labirinto do paraíso.
Nessa noite, debrucei sobre as palpitações das hormonas masculinas, não consegui dominar o impulso de te ligar e como atendeste, facilmente deu para perceber que ansiavas a chamada.
No dia seguinte, facilmente voamos para um jantar romântico, onde as palavras saíram como ecos de desejo que se entranharam nos íntimos.
Tentei dar um passo maior que a perna, quando fiz uma invitação ousada e foi essa coragem que nos catapultou para uns dias de sonho. Como dois caminhantes para Santiago, viajamos para a aventura num lugar simplesmente fantástico e apaixonante. Quinta de Silharezes (www.quintadesilharezes.pt), um genuíno Éden inserido na natureza, onde somos abraçados pelos “zunzuns” dos animais e o chilrear dos pássaros. Os aromas do ecossistema, são ementas afrodisíacas, verdadeiras esmolas para o pote das almas e nós como duas crianças felizes, chispamos num frenesim de saldos de beijos para a piscina. Mergulhamos na busca do corpo um do outro, enquanto os beijos vulcânicos, limparam as salivas que pingavam pelos queixos. A piscina, como o um mar de letras inspiradoras, foi o gatilho que despoletou a abertura das almas para a paixão.
Com a cama a voar, através da exsudação dos poros, escrevemos prazeres nos lençóis e uivamos gemidos de loucura a cada dança frenética dos sexos enlaçados. A tranquilidade do local, a beleza da quinta, foram a simbiose perfeita para a renovação da paz dos espíritos e estas memórias com paixão, serão encarnadas num livro, sabendo que tudo começou num encontro fortuito.

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