O menino cresceu...

O menino cresceu...

O berço foi igual a tantos outros meninos da época da mocidade portuguesa e fruto do amor daqueles que seriam e são os progenitores. Foi com eles (Pais) que aprendi a ser homem, com dignidade e integridade pelos valores e compostura humana.
Nasci, cresci, passei várias fases da vida, mas sempre um sonhador alegre, que na adolescência, colecionava corações e construía facilmente paixões de papel.
A honestidade, a sinceridade, abraçaram-me a alma, que nunca deixou de ser alimentada pelos princípios básicos da distinção humana, mesmo nos momentos que navegava em mares revoltosos pelo “Gigante Adamastor”.
Ousado, de espírito irreverente, enfeitiçado pela boémia, sempre recriei amantes fantasmas, sem nunca deixar de escutar, dentro de mim, os gritos da razão, até trazer-me ao equilíbrio emocional.
Na sensibilidade do silêncio, mantenho-me impávido, sereno, fico, horas introspetivo a escutar o que o íntimo fala através das confidências da alma.
Na solidão, faço discursos encomiásticos, escrevo contos com asas e canto poesias de apologia à mulher. Amo ser este explorador na descoberta dos segredos da mulher, de forma fantasiosa, com elegância e deixo-me fascinar pela decoração dos corações femininos com a magia dos sonhos.
Até nos momentos das insónias desfocadas, tento reciclar novos desejos e matar os monstros da tristeza que coabitam em muitos corações humanos.
Também existem no meu ego, angustias, autofágicas, difíceis de cicatrizar, mesmo para um curador de paixões. Luto, resisto intrepidamente e tento absorver as energias positivas para conseguir gerir os sentimentos e os prazeres.
Na minha limpidez poética, inventei um dado que lanço constantemente sobre a mesa, como se fosse um jogo de destinos da vida. Este dado, não tem números, apenas contém em cada um dos lados, palavras: Paixão, Partilha, Felicidade, Desejos, Sonhos e Amor.
É neste jogo viciante, de forma enigmática e misteriosa, que a roleta da vida proporciona entusiasmos à minha maneira simples de ser, com sentimentos refinados e respeito pelos outros.
O destino, deixou-me contaminado pela obsessão e pelo fascínio feminino, amo respirar os gemidos dos dialetos do Amor. Quando estou uma melga carente, mergulho no oceano das estrelas e personifico prazeres de sedução maliciosa, enraizados até ao osso.
Ainda tenho sono de anjo, mas o sangue corre nas veias com intensidade diabólica e continuarei a ser esta criança, sensível, romântica, intensa e erótica.
É caso para dizer, como o menino cresceu.

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