Paixões da alma...

Paixões da alma...

Precisávamos de parar o relógio da agitação quotidiana, de arejar os espíritos e decidimos abrir a caixa de pandora para dar corda à fantasia.
O cenário escolhido, é algures no fim do mundo, uma paisagem virgem de pecados das sociedades modernas, onde impera apenas o silêncio a sussurrar palavras de amor, que soam como aplausos enfeitiçados.
Vestidos “fora de época”, tu com um vestido branco nuvem transparente e eu com o rigor da personagem principal da peça, O Fantasma da Ópera, mas a preceito para estimular a atração entre dois apaixonados.
Não trouxemos a ampulheta, somente os reflexos espelhados da felicidade, como dois verdadeiros amantes e com imensas ilusões da fantasia real.
O barco de madeira não tem motor, apenas dois remos e umas lanternas com velas acesas, mas transporta a bordo a emotividade de dois corações sem fechaduras.
A beleza do teu rosto, é iluminado pelos tons azulados da aurora boreal, que com a acalmia do rio, recriam o cenário perfeito para o nosso ninho dourado da atração.
Sentimos no íntimo a levitação dos corpos, numa osmose sublime, que purificados pelo perfume das essências da alma, tatuamos na superfície do rio, pegadas de amor.
Não estamos perdidos na noite, pois temos a bússola do coração em alerta e por magia, transformamos os possíveis rebuliços, em movimentos de paz interior.
Enquanto olhamos o céu, abrimos o livro dos rascunhos, em busca de bafos de ternura, de impulsos de afetos e embalados pelas silenciosas baladas românticas, escrevemos poesias com enredos de amor, que rapidamente enlouquecem os nossos suspiros.
Com as íris palpitantes, a química dos olhares, instigam palavras maliciosas sopradas pelo vento e são as achas perfeitas para a fogueira do desejo.
Neste lago dos cisnes, sente-se no ar o fumo das fantasias e abre-se uma clareira de fumo com os anjinhos do cupido a despertar em nós, os arrepios quentes que desabrocham na espinha.
O íman da atração nos lábios, provoca redemoinhos de beijos, daqueles que fazem ganhar água na boca e que imola os espíritos em chamas que fogueiam o corpo e provocam aplausos das hormonas do prazer.
Neste silêncio, trespassado apenas pela conetividade da biópsia dos nossos corações, deixamos o barco navegar a seu belo prazer, guiado pelo fervilhar dos egos destes dois enamorados, até à foz das paixões da alma. 

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