Incubadora de borboletas...

Incubadora de borboletas...

Sinto necessidade da aprazível tranquilidade, de contemplar os silêncios mais explosivos do âmago e nada melhor, como sentar-me no miradouro dos sonhos. Ele é a minha segunda casa, é como uma droga que desperta os cinco sentidos e onde consigo fantasiar poemas de encantar.
Com a fresta dos desejos aberta, respiro fundo, tento escutar a suavidade de cada batida do coração e para venerar os segredos aveludados, espreito pelo postigo os sonhos ignotos femininos.
Será, a ilha dos amores?
Ou um paraíso encantado?
Olho para o catálogo dos prazeres, perceciono que na colmeia dos afetos, irradiam os mais belos sorrisos e estímulos para paixões.
Escuto o chilrear dos pássaros, inalo o perfume das flores, abraço a bênção da luz, que ilumina a osmose entre as borboletas e a pureza inimitável da mulher.
São laços de ternura que se cruzam no ar. A elegância, a sensualidade, os cabelos ao vento e o manto branco da sua divindade, recriam magias sem fronteiras neste refúgio lírico.
Nesta fusão poética, a minha sensibilidade humana, absorve tudo, são momentos únicos para renovar o espírito da vida e respirar entusiasmos.
Absorto com a magnânima beleza deste cenário, que parece um quadro pincelado pelos profetas da felicidade, entro num bailado de sussurros e sapateio palavras de ternura. Concentrado neste recanto voador, com o trilho aberto à ilusão dos amores despidos, escrevo ao vento as pegadas de amor. 
Primorosa, como um fruto proibido, sobrevoada pelas borboletas, como se fossem um redemoinho multicolor, semeias melodias com sentimentos nos corações masculinos. Transformas a escuridão em luz, as sombras em mil cores, as tempestades em raios de sol e recitas promessas abençoadas para estilhar tristezas das almas.
É neste estado de transe, que me deixo inspirar pela simbiose da mulher que rejuvenesce constantemente o mundo numa incubadora de borboletas. 
 
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